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Sezon 5
Eu já tinha escrito umas três vezes e apagado todas para escrever de novo. Por último, achei que tinha ficado suficientemente razoável. Larguei a caneta, fechei a porta. Foi só entrar
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Eu já tinha escrito umas três vezes e apagado todas para escrever de novo. Por último, achei que tinha ficado suficientemente razoável. Larguei a caneta, fechei a porta. Foi só entrar no quarto que me apareceu uma ideia - melhor que todas. Não sei porque, mas no lugar de celebrar, senti um cansaço intenso e uma auto-acusação. Ia ter que refazer, porque não tinha pensado nisso antes. Mas o sentimento não esticou. Virou outro. Naquele caos mental, me vi dizendo: o aperfeiçoamento vem no caminho, não adianta querer nada, se você não tiver disposta a melhorar enquanto anda. Mas também não se engane, você não vai conseguir andar o ano todo, num dia só. Equilibrio, me aconselhei, autocompaixao e curiosidade. Fervi um chá, voltei depois. Foi bom.
Na casa dos meus pais os interruptores de luz eram de girar. Isso quer dizer que o ambiente ia clareando ou escurecendo a medida que você girava o interruptor. Mesmo que você girasse
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Na casa dos meus pais os interruptores de luz eram de girar. Isso quer dizer que o ambiente ia clareando ou escurecendo a medida que você girava o interruptor. Mesmo que você girasse rápido, clareava ou escurecia gradativamente, não era de uma vez. Não tinha como fugir disso. Não tinha como não ser aos poucos. Hoje eu tava lembrando desse interruptor. Pensando nas minhas últimas transformações de fora e de dentro. Pensando que se eu fosse encontrar uma imagem para essas transformações, talvez se parecesse com isso. Com o interruptor da casa dos meus pais. Porque dificilmente uma transformação ela é como um interruptor tradicional, que vai de um ponto a outro num segundo. A maioria é como esse interruptor que gira e passa por vários momentos de meios tons, de meio escuros, até chegar no claro. E nesse meio, muita coisa. É sobre mudanças, paciência e intenção o episódio dessa semana.
Há uma tensão no ar…você fez aquilo que era verdadeiro, mas agora parece que você deveria ter feito outra coisa. E aí estoura um conflito dentro de você: ser verdadeiro ou estar certo
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Há uma tensão no ar…você fez aquilo que era verdadeiro, mas agora parece que você deveria ter feito outra coisa. E aí estoura um conflito dentro de você: ser verdadeiro ou estar certo para aquelas pessoas? Têm situações da vida que é exatamente essa bifurcação que se abre: ser verdadeiro ou caber na verdade das outras pessoas? Ser veredeiro comigo ou caber no que as outras pessoas acham que é o certo? Ser verdadeiro ou se adequar as expectivas externas ou do seu eu mais rígido? Tudo isso me lembrou aquele dia. Aquele vinho. Aquela situação.
A filósofa Lúcia Helena Galvão diz que a vida dialoga com a gente. Sincronias, sinais, situações que se repetem. Ela diz: a vida tá o tempo todo falando com a gente. Eu concordo. Eu
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A filósofa Lúcia Helena Galvão diz que a vida dialoga com a gente. Sincronias, sinais, situações que se repetem. Ela diz: a vida tá o tempo todo falando com a gente. Eu concordo. Eu acredito. Eu experimento isso, mesmo antes de conseguir dar nome. Claro, há tempos e há tempos. Às vezes perco os sinais de vista. Não enxergo. Entendo por outras formas. Porque há sempre outras formas. Mas recentemente a lição - a mesma lição - chegou e eu me dei conta. Agora, to tentando aprender. Talvez seja um dos meus chefões. Fluidez, sustentação e rigidez é o tema dessa quarta. Cê vem?
This episode has no summary.
This episode has no summary.
Esses dias, uma cena da minha infância me voltou. Eu e a minha mãe na sala e ela me ensinando uma coisa que, muitos anos mais tarde, me ajudaria a nomear um incômodo difícil de dar nome.
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Esses dias, uma cena da minha infância me voltou. Eu e a minha mãe na sala e ela me ensinando uma coisa que, muitos anos mais tarde, me ajudaria a nomear um incômodo difícil de dar nome. Um incômodo que ficaria mais fácil de nomear - nas outras tantas vezes que veio, porque eu o já conhecia. Um ensinamento simples, mas que, na minha vida, foi revolucionário. É essa história que eu conto hoje.
Não é sobre a garantia de que a água vai dar pé, que vai tá calma, que as ondas vão ser pequenas, mas sobre não esquecer a razão da gente tá ali – nadando.
Não é sobre a garantia de que a água vai dar pé, que vai tá calma, que as ondas vão ser pequenas, mas sobre não esquecer a razão da gente tá ali – nadando.
Acontece o pior: ninguém se sente visto e ouvido. E aí quando a gente não se sente nem visto, nem ouvido, a gente geralmente sente raiva. Ou ressentimento. Ou vontade de punir o outro.
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Acontece o pior: ninguém se sente visto e ouvido. E aí quando a gente não se sente nem visto, nem ouvido, a gente geralmente sente raiva. Ou ressentimento. Ou vontade de punir o outro. Porque as nossas necessidades não estão sendo atendidas. E aí a raiva, o ressentimento, a vontade de punir, são os alarmes de que tem alguma coisa fora do lugar, de que a gente precisa fazer alguma coisa…de que a gente precisa fazer alguma mudança…de que a gente precisa escutar isso que a gente não tá escutando…e até nisso a história da Eloise e da Alice é muito parecida com a de muitos de nós…porque elas só decidem comunicar o que tá acontecendo depois que dá uma m#rda muito grande.
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S05EP171 - Paixão, amigos, amor: ninguém controla quem fica
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A gente até pode mandar mais uma mensagem, fazer mais uma ligação, mandar mais um e-mail, tentar encontrar mais um jeito de fazer aquele outro ficar. Mas a real é que o que move os
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A gente até pode mandar mais uma mensagem, fazer mais uma ligação, mandar mais um e-mail, tentar encontrar mais um jeito de fazer aquele outro ficar. Mas a real é que o que move os afetos, nem sempre depende daquilo que a gente faz. Ou controla. Na verdade, controle mesmo, nem deveria entrar nessa equação.
Cê já chamou alguém pra conversar? Tipo, cê tá vendo a pessoa ali, angustiada com uma questão, se debatendo com um assunto, sem coragem pra assumir o que ela quer – Ou não quer – e aí de
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Cê já chamou alguém pra conversar? Tipo, cê tá vendo a pessoa ali, angustiada com uma questão, se debatendo com um assunto, sem coragem pra assumir o que ela quer – Ou não quer – e aí de fora, vendo tudo aquilo, você pensa: deixa eu lá ir ajudar ela? Então, naquele dia, eu era a pessoa que precisava de uma conversa. Mas eu também era a pessoa que ia me chamar pra uma conversa séria.
Eu venho pensando muito que a pergunta que a deveria se fazer, não é o que eu deveria fazer para ser alguma coisa. Mas sim o que eu deveria fazer para que eu seja cada vez mais eu. O
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Eu venho pensando muito que a pergunta que a deveria se fazer, não é o que eu deveria fazer para ser alguma coisa. Mas sim o que eu deveria fazer para que eu seja cada vez mais eu. O que eu deveria fazer para eu eu não precise fugir de mim. Mas ao contrário, para que eu possa ir ao meu encontro.
Eu não sei como é aí pra você, mas a minha vaidade quer decidir o que eu posso ou não sentir às vezes. Ela quer dizer se isso combina ou não com a imagem que eu tenho de mim mesma, quer
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Eu não sei como é aí pra você, mas a minha vaidade quer decidir o que eu posso ou não sentir às vezes. Ela quer dizer se isso combina ou não com a imagem que eu tenho de mim mesma, quer julgar o que vale ou não ter medo, quer questionar aquilo que – aparentemente parece banal, mas que tá me fazendo perder o sono. E aí, nessas horas, eu geralmente fico cindida por dentro. Metade sentindo, metade julgando o que eu tô sentindo. Mas naquele dia, eu lembrei daquela história. E ela me resgatou.
Tem uma parada acontecendo na maior parte das conversas que eu tenho com os meus amigos que estão na faixa dos trinta e poucos. Uma coisa que a gente poderia chamar de encontro com a
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Tem uma parada acontecendo na maior parte das conversas que eu tenho com os meus amigos que estão na faixa dos trinta e poucos. Uma coisa que a gente poderia chamar de encontro com a realidade. Ou de amadurecimento. Ou dois dois. São ideias que têm aparecido na maior parte das nossas conversas, mas que certamente tem feito diferença na minha vida.
Naquele dia mais cedo, eu estava sentada no chão da sala, com uma tesoura enorme, cortando as folhas secas da samambaia, quando a Amanda chegou. Eu comentei com ela sobre como estava
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Naquele dia mais cedo, eu estava sentada no chão da sala, com uma tesoura enorme, cortando as folhas secas da samambaia, quando a Amanda chegou. Eu comentei com ela sobre como estava difícil acertar a rega, fazer com que a planta ficasse bonita. A Amanda ouviu e perguntou: mas será que é a rega que você tá errando? Será que esse jeito que você tá cortando as folhas não tá gerando mais dano do que benefício? E aí eu lembrei que até na hora de cortar, a gente tem que tomar cuidado. A gente tem que saber o que a gente tá cortando. Porque às vezes, como recentemente eu ouvi de uma psicóloga maravilhosa, a Laura Almeida, a gente tenta organizar algo, sem antes entender esse algo. Vale para plantas, vale para vida.
Uma reflexão sobre deixar que as coisas sejam boas, apesar da possibilidade do fim.
Uma reflexão sobre deixar que as coisas sejam boas, apesar da possibilidade do fim.
Em alguns momentos a vida bifurca. É como se ela se divide-se entre dois caminhos. De um lado, o que esperam ou o que a gente acha que esperam de nós. Do outro, onde moram os nossos
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Em alguns momentos a vida bifurca. É como se ela se divide-se entre dois caminhos. De um lado, o que esperam ou o que a gente acha que esperam de nós. Do outro, onde moram os nossos sonhos. Trata-se, muitas vezes, de escolher o desconforto seguro ou o conforto solitário. Embora essas duas coisas podem se misturar ao longo da estrada. É preciso coragem pra abrir novos caminhos. Essa história é uma história disso.
Há algo na mudança que é assustador: não se sabe, exatamente, o que a gente vai encontrar do outro lado. É sempre uma aposta e, por isso, tem uma parte que é alívio, outra parte que é
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Há algo na mudança que é assustador: não se sabe, exatamente, o que a gente vai encontrar do outro lado. É sempre uma aposta e, por isso, tem uma parte que é alívio, outra parte que é angústia. E disso que eu falo hoje.
É a estreia do quadro "Me vê dois copos?" da nossa mesa de bar
preferida. :
Agora, o Para dar Nome às Coisas traz um episódio novo, em vídeo, a cada quinze dias. Os episódios tradicionais de quarta-feira seguem sendo publicados semanalmente, as quartas-feiras.
Ansiedade 4 armadilhas, 4 aprendizados
Ansiedade 4 armadilhas, 4 aprendizados
Tem uma coisa que é cuidar de planta, que se parece com a vida, e que é topar o risco. Topar o risco de não saber exatamente o que tá fazendo ou de chegar muito perto do que é para
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Tem uma coisa que é cuidar de planta, que se parece com a vida, e que é topar o risco. Topar o risco de não saber exatamente o que tá fazendo ou de chegar muito perto do que é para fazer, mas mudar de caminho, justamente porque não sabia que era é isso que tinha que fazer. Topar o risco de pecar pelo excesso.
Ou evitar isso e acabar faltando. Topar o risco de se sentir insuficiente justamente por não saber o que é exatamente para fazer. Por se sentir completamente perdido. Tem uma coisa que é cuidar de planta, que lembra muito viver. E é topar, quando possível, as incertezas.
Outro dia eu fui na padaria comprar pão. Enquanto esperava para ser atendida, uma das balconistas levava uma bronca por ter quebrado o sonho, de novo. O jeito que ela tentava pegar o
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Outro dia eu fui na padaria comprar pão. Enquanto esperava para ser atendida, uma das balconistas levava uma bronca por ter quebrado o sonho, de novo. O jeito que ela tentava pegar o doce, despedaçava antes que ela conseguisse levar para caixinha, entregar pro cliente. Já tinha acontecido algumas vezes aquilo e ela não tava conseguindo acertar. Voltei para casa e assim que eu estacionei o carro, pensei: às vezes somos as únicas testemunhas do nosso esforço.
É o segundo episódio do quadro "Me vê dois copos?" da nossa mesa de bar preferida. :
Agora, o Para dar Nome às Coisas traz um episódio novo, em vídeo, a cada quinze dias. Os episódios tradicionais de quarta-feira seguem sendo publicados semanalmente, as quartas-feiras.
Algum tempo depois, eu encontrei essa minha amiga de novo. Ela tava me contando que o pós término tinha sido difícil. Mas que ela continuou caminhando porque o lugar que tinha ficado pra
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Algum tempo depois, eu encontrei essa minha amiga de novo. Ela tava me contando que o pós término tinha sido difícil. Mas que ela continuou caminhando porque o lugar que tinha ficado pra trás não existia mais pra ela. Não tem o que voltar, quando aquilo que ficou pra trás não cabe mais.
Ela continuou caminhando. Até que ela se encontrou na nova vida.
Descobriu que era apaixonada por mostras de cinema, por andar de moto e por fazer enfeites com folhas secas.
No dia que a gente se encontrou, ela disse que um cara legal tinha aparecido, mas que ela não queria abrir a porta para ele por enquanto, porque ela tava curtindo demais esse novo lugar que ela tinha chegado.
Eu tive um sonho muito simbólico algumas noites atrás. Era noite, eu tava sentada numa mesa de bar e contava de uma experiência que para mim fazia muito, muito sentido. Antes de terminar
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Eu tive um sonho muito simbólico algumas noites atrás. Era noite, eu tava sentada numa mesa de bar e contava de uma experiência que para mim fazia muito, muito sentido. Antes de terminar a frase, uma mulher, do outro lado da mesa, me interrompia para falar que aquilo que eu tava dizendo não fazia sentido algum.
um susto desconfortável me tomava o corpo, então, em resposta, eu dizia: 'mas ninguém precisa validar o que precisa fazer sentido só para você. a sua vida só precisa fazer sentido para você!
Respondia para ela, como se tentasse a convencer.
Acordei, esqueci do sonho, fui tomar café, fazer exercício, trabalhar. Fim do dia, entrei na terapia. Lembrei do sonho. Mas foi só começar a falar que me veio um detalhe que eu tinha esquecido:
a mulher que me censurava era muito parecida fisicamente comigo.
na verdade, no meu sonho ela era eu. quem tentava se expressar, a partir do sentir, era eu. mas quem dizia que aquilo não fazia sentido era eu também. eu era as duas coisas.
O mais difícil não é sentar à mesa para ter a conversa difícil, o mais difícil é sentar. O mais difícil não é sentar na frente do computador para escrever, o mais difícil é sentar. O
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O mais difícil não é sentar à mesa para ter a conversa difícil, o mais difícil é sentar. O mais difícil não é sentar na frente do computador para escrever, o mais difícil é sentar. O mais difícil não é sentar no chão e arrumar as gavetas, o mais difícil é sentar. Li essa ideia num livro, dias desses, e gostei. Me fez sentido. Mas daí fiquei pensando na razão de isso ser o mais difícil - o sentar. A conclusão a qual cheguei eu compartilho nesse episódio.
É o terceiro episódio do quadro "Me vê dois copos?" da nossa mesa de bar preferida. :
Agora, o Para dar Nome às Coisas traz um episódio novo, em vídeo, a cada quinze dias. Os episódios tradicionais de quarta-feira seguem sendo publicados semanalmente, as quartas-feiras.
Esses dias, cheguei do mercado e fui guardar a água sanitária no armário. Na hora de sentar no sofá, eu vi que tinha uma mancha enorme na minha calça preferida. Tinha pingado a água
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Esses dias, cheguei do mercado e fui guardar a água sanitária no armário. Na hora de sentar no sofá, eu vi que tinha uma mancha enorme na minha calça preferida. Tinha pingado a água sanitária ali, quando eu guardei o frasco. Entre a raiva e a aceitação, fiquei pensando em todas as roupas que eu gostaria de ter manchado no lugar daquela.
Ao mesmo tempo, me dei conta de que não tinha como, porque era aquela a minha calça preferida, era aquela a calça que eu mais usava, era ela que tava sempre comigo. Portanto, mesmo tomando todos os cuidados, eu infelizmente falharia com ela, mais do que com qualquer outra roupa que eu usasse eventualmente.
É o paradoxo das coisas preferidas. São as que a gente tem mais afeto, as que a gente mais se sente à vontade, mas também são as que a gente mais assume o risco de falhar e que geram mais angústia pelo risco de perder.
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SO5EP184 - Autoconhecimento, solitude e a busca de cada um
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Eu tava varrendo embaixo da mesa, quando vi aquele quadro de novo. Ele tinha sido da minha tia e foi pra minha casa, quando ela se mudou e perguntou: alguém quer? Eu quis, era um quadro
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Eu tava varrendo embaixo da mesa, quando vi aquele quadro de novo. Ele tinha sido da minha tia e foi pra minha casa, quando ela se mudou e perguntou: alguém quer? Eu quis, era um quadro bonito.
Semanas depois, meu pai tava segurando o quadro em todas as paredes da minha casa, enquanto perguntava: e aqui, sim ou não?
Era tudo não. O quadro era bonito, ficava lindo na casa da minha tia, mas não tinha lugar na minha.
Olhando pro quadro, pegando pó do lado da mesa, pensei: isso parece com o processo de autoconhecimento. É preciso saber o que parece bonito e tem valor, mas não cabe na vida da gente. Pra, a partir dessa constatação, deixar espaços abertos pro que é bonito, tem valor e cabe.
Quais são as expectativas irreais que eu tenho sobre mim, mas que eu vivo dizendo que são do outro sobre mim?
É o quarto episódio do quadro "Me vê dois copos?" da nossa mesa de bar
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Quais são as expectativas irreais que eu tenho sobre mim, mas que eu vivo dizendo que são do outro sobre mim?
É o quarto episódio do quadro "Me vê dois copos?" da nossa mesa de bar preferida. :)
Agora, o Para dar Nome às Coisas traz um episódio novo, em vídeo, a cada quinze dias. Os episódios tradicionais de quarta-feira
seguem sendo publicados semanalmente.
No meio da sessão de terapia, eu me dei conta. Eu tinha levado o mesmo assunto por três vezes seguidas. E tava ali incomodada por isso, achando que eu já deveria ter entendido.
Acabei
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No meio da sessão de terapia, eu me dei conta. Eu tinha levado o mesmo assunto por três vezes seguidas. E tava ali incomodada por isso, achando que eu já deveria ter entendido.
Acabei dizendo: a gente já passou por aqui, né, Renata? E ela disse
"já.... mas não tem problema, sabe por que? Por que provavelmente, alguma coisa ficou para trás...a gente tá voltando pra buscar."
Achei isso lindo. Pensar o processo da terapia, do autoconhecimento, como um caminho que a gente faz muitas vezes o mesmo percurso, porque cada vez que a gente faz, a gente percebe uma outra coisa. Porque cada vez que a gente faz, a gente se sente pronto para perceber uma coisa nova.
É por aí que vai a nossa mesa de bar. Cê vem?
Sábado passado, eu peguei a minha caixa de primeiros socorros.
Ela é um caderno que eu guardo no fundo do armário e pro qual eu recorro sempre que eu preciso trocar os quatro pneus do
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Sábado passado, eu peguei a minha caixa de primeiros socorros.
Ela é um caderno que eu guardo no fundo do armário e pro qual eu recorro sempre que eu preciso trocar os quatro pneus do carro, com o carro em movimento. Ou seja, quando eu preciso equilibrar ou entender a minha própria vida.
Com o caderno no colo, eu sentei de pernas cruzadas em cima do sofá e fiz uma lista. Lista bem estar, eu chamei. E fui anotando ali tudo que me dá essa sensação. A sensação de bem estar, de estar bem. Coloquei várias coisas ali - banho no escuro, dormir cedo, samba em dia de sol, amigos. Mas a parte mais legal disso foi a hora que eu fechei o caderno e pensei: agora vamo ver como essa lista continua.
Conversas importantes
Conversas importantes
Me repito isso como mantra: é preciso resistir à tentação de personalizar as pessoas.
A gente tá num tempo em que a gente personaliza tudo, né? A gente personaliza a tela do streaming,
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Me repito isso como mantra: é preciso resistir à tentação de personalizar as pessoas.
A gente tá num tempo em que a gente personaliza tudo, né? A gente personaliza a tela do streaming, a gente personaliza as redes sociais, a gente personaliza o app música.
O ponto é que a gente não tem parado por aí. Quando chega nas relações a gente continua buscando isso.
Ser múltipla me salvou
Ser múltipla me salvou
Eu não prestei atenção no que eu estava fazendo. Só me dei conta depois. Sentada no sofá de casa, peguei o celular e digitei alguma coisa que fez com que aparecesse um documentário sobre
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Eu não prestei atenção no que eu estava fazendo. Só me dei conta depois. Sentada no sofá de casa, peguei o celular e digitei alguma coisa que fez com que aparecesse um documentário sobre idosos que surfam, pulam de paraquedas, pintam o cabelo, viajam o mundo. Há dias eu tava com medo da velhice. Quando terminou o documentário, eu descobri que o meu medo não era exatamente da velhice. Era o medo de uma vida que acaba antes do fim.
Anos atrás eu encontrei uma vizinha que eu não via há muito tempo. A gente se encontrou no meio da calcada que levava pro condomínio e naquele silêncio até chegar em casa, a gente foi
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Anos atrás eu encontrei uma vizinha que eu não via há muito tempo. A gente se encontrou no meio da calcada que levava pro condomínio e naquele silêncio até chegar em casa, a gente foi alternando na missão de puxar um assunto pra preencher aquele momento.
E aí ela começou me contar que em uma semana ela ia fazer uma viagem de navio pra solteiros. Ela tinha cansado de aplicativos, de encontros chatos, de pessoas que pareciam legais, mas na verdade não sustentavam meia hora de date, e aí uma amiga dela falou desse navio. Desse Cruzeiro. Ela resolveu tentar. E aí ela disse: "eu vivo num dilema. na época que eu tava namorando, eu achava que tinha uma vida imperdível lá fora, que eu poderia viver se eu fosse solteira, e agora que eu tô solteira eu acho que tem uma vida que eu tô perdendo por não estar namorando
E aí a gente riu mto, porque no fundo a gente fica procurando aquela coisa que vai ser paraíso e só paraíso. E no fim... o inferno são os outros, mas o paraíso também. E essa ambiguid
Esses dias, durante uma festa de um amigo da família, vi meu pai dançando. As outras pessoas tavam concentradas fazendo outras coisas e ele tava ali, jogando o corpo prum lado e pro
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Esses dias, durante uma festa de um amigo da família, vi meu pai dançando. As outras pessoas tavam concentradas fazendo outras coisas e ele tava ali, jogando o corpo prum lado e pro outro.
Achei aquilo lindo e fiquei pensando em como a gente precisa mesmo dançar como se ninguém tivesse olhando.
Mas mais do que isso, fiquei pensando como em mundo de telas, de like, de compartilhamento, de redes sociais, a gente precisa dançar mesmo que ninguém olhe.
A gente precisa voltar a dançar, e ver paisagens, e beijar, e sair, porque isso basta. Dançar porque isso basta. Viver porque isso basta. Mesmo que ninguém olhe. Porque afinal de contas, quando basta, isso é tudo.
É o sexto episódio do quadro "Me vê dois copos?" da nossa mesa de bar preferida. :
Agora, o Para dar Nome às Coisas traz um episódio novo, em vídeo, a cada quinze dias. Os episódios tradicionais de quarta-feira
seguem sendo publicados semanalmente.
Parece bobo, mas desde então eu tenho prestado atenção nisso.
Quais são os caminhos que poderiam ser outros caminhos? O que é a coisa que se eu virar o olhar um centímetro eu posso ver
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Parece bobo, mas desde então eu tenho prestado atenção nisso.
Quais são os caminhos que poderiam ser outros caminhos? O que é a coisa que se eu virar o olhar um centímetro eu posso ver de outro jeito?
E me pergunto isso não para ser otimista ou negar a realidade, mas pra que eu possa me libertar de lugares que eu não preciso estar mais.
Quando a gente integra quem a gente é, a felicidade pode ser agora. E isso inclui sair da idealização, que é essa busca por esse lugar que um dia eu vou chegar, que um dia eu vou ser, que um dia vai acontecer e que nunca é agora.
Quando a gente integra quem a gente é, a felicidade pode ser agora. E isso inclui sair da idealização, que é essa busca por esse lugar que um dia eu vou chegar, que um dia eu vou ser, que um dia vai acontecer e que nunca é agora.
que mantém uma relação de amizade por tantos anos, além do amor?
Esses dias fui na casa de uma amiga, que sou amiga há muitos anos, e enquanto ela procurava a chave pra abrir a porta,
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que mantém uma relação de amizade por tantos anos, além do amor?
Esses dias fui na casa de uma amiga, que sou amiga há muitos anos, e enquanto ela procurava a chave pra abrir a porta, eu fiquei olhando pra casa dela.
Ela mora numa casa de rua, toda rosa clara. Mas que já foi bege, laranja, amarela...E branca também. Parte dessas mudanças participei, parte delas assisti. E parte minha tem curiosidade de saber o que vem depois.
Mais tarde, conversando sobre isso com ela, percebi que parte da minha resposta pra essa pergunta tem a ver com a metáfora que é essa casa: amizades longas se sustentam na abertura e liberdade pra ser. e pra deixar o outro ser. Se a gente conseguir se encontrar em todas as nossas versões além de amor, intenção e construção - sem dúvida - tem sorte.
Existe um tipo de incômodo, de dor, de medo, que são aqueles que mostram que a gente tá excedendo os nossos limites. É um tipo de incômodo que você sai pior do que você entrou, que doi
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Existe um tipo de incômodo, de dor, de medo, que são aqueles que mostram que a gente tá excedendo os nossos limites. É um tipo de incômodo que você sai pior do que você entrou, que doi ou que incomoda num lugar da sua estrutura, que você sabe que tem algo de errado, algo que não tá funcionando direito.
Mas existe um outro tipo de dor, de incômodo, de medo que a gente sente em alguns caminhos da vida, que são muito parecidos com a dor de um alongamento. É aquele que a gente sente quando a gente tá esticando, mudando de tamanho, de versão, de jeito de estar no mundo.
É preciso diferenciar os dois pra não desistir de coisas que a gente deveria continuar, mas também para não continuar em coisas que às vezes seria melhor desistir.
Diferenciar é importante, e difícil. Libertador também. Nesse episódio conto as minhas tentativas de fazer isso.
"ninguém rouba aquilo que você viveu." A primeira vez que vi essa frase foi numa tatuagem no braço de uma colega de profissão.
Anos depois ela virou um antídoto pro meu apego.
Chegou
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"ninguém rouba aquilo que você viveu." A primeira vez que vi essa frase foi numa tatuagem no braço de uma colega de profissão.
Anos depois ela virou um antídoto pro meu apego.
Chegou mais um episódio do Me Vê dois Copos? Um quadro do
Para dar Nome às Coisas exclusivo pro Spotify.
Era um lambe grudado na parede. um entre vários, mas meu olhar parou ali. ele era todo branco com um figura no meio e uma pergunta: tem tempo para viver?
Na época eu trabalhava demais,
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Era um lambe grudado na parede. um entre vários, mas meu olhar parou ali. ele era todo branco com um figura no meio e uma pergunta: tem tempo para viver?
Na época eu trabalhava demais, sempre correndo de um lado pro outro, e achei que era sobre isso aquela pergunta. Respondi do jeito que pude e segui vivendo. Mas hoje sei que não. Na verdade, naquela época mesmo, eu já estava construindo uma outra resposta.
Te conto o fim dessa história no episódio dessa quarta no @spotifybrasil cê vem?
A Juliana acha que as pessoas sempre gostam dela por um fio, por um triz, por um descuido. Ela tem a sensação ser ligada às pessoas por uma espécie de um laço de cetim que, a qualquer
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A Juliana acha que as pessoas sempre gostam dela por um fio, por um triz, por um descuido. Ela tem a sensação ser ligada às pessoas por uma espécie de um laço de cetim que, a qualquer momento, pode se desfazer.
Ela não vai ter essa sensação para sempre, depois de um tempo ela vai mergulhar num processo de autoconhecimento profundo, que nada mais é do que se abrir pra vida e pra as experiências se fazendo perguntas, tolerando a busca por respostas e sendo honesta consigo. E isso vai mudar. Essa sensação do laço de cetim vai mudar.
Mas por enquanto a gente tá naquela sala dos anos 90. E guiada por um desejo inconsciente, ela vai fazer uma coisa que ela só vai entender, de verdade, anos mais tarde.
bons roteiros, em boas histórias, o personagem principal parte rumo a um lugar em que ele, finalmente, se torna o personagem principal da própria história". Ouvi essa frase esses dias.
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bons roteiros, em boas histórias, o personagem principal parte rumo a um lugar em que ele, finalmente, se torna o personagem principal da própria história". Ouvi essa frase esses dias. Nesse episódio, te conto como ela me bateu e como me levou para uma reflexão sobre alguns aspectos da minha própria vida.
É fácil não reconhecer e não validar nossos cansaços nos tempos atuais, porque nos tempos atuais a gente se sente cada vez mais devendo. A gente sente que tá sempre falhando em alguma
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É fácil não reconhecer e não validar nossos cansaços nos tempos atuais, porque nos tempos atuais a gente se sente cada vez mais devendo. A gente sente que tá sempre falhando em alguma coisa. E se a gente tá o tempo todo com a sensação de que tá falhando em alguma coisa, de que a gente podia tá fazendo mais, ou que alguma coisa ficou pra traz, descansar parece imerecido. E aí vira um ciclo vicioso, porque se eu sinto que eu tô sempre devendo, eu tô sempre olhando pro que falta, e como meu olhar tá na dívida, eu me desconecto completamente do que eu já fiz e, portanto, não valido e nem reconheço o meu cansaço. E aí é isso, apagão. Contra essa lógica, uma das coisas que o meu corpo mais tenta me mostrar nos últimos anos é que: se tem cansaço, tem um histórico. Melhor ouvir.
A gente vem de uma construção e de uma narrativa histórica que vende o amor e as relações como um encontro entre duas almas que se completam.
E aí dentro dessa narrativa não existe
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A gente vem de uma construção e de uma narrativa histórica que vende o amor e as relações como um encontro entre duas almas que se completam.
E aí dentro dessa narrativa não existe solitude, não existe eu casal e eu sozinha, você casal e você sozinho, porque tudo o que eu preciso eu encontro em você, e tudo que você precisa você encontra em mim.
E aí acho que o amor começa quando a gente sai dessa idealização.
Sai dessa ideia irreal de completude. E vê o outro. E vê a gente. E vê o encontro como aquilo que é suficientemente bom, apesar do que falta. Porque vai faltar.
Me parece que é só saindo da lógica da completude que dá pra pensar no amor, no encontro e na solitude assim - junto.
E, portanto, a gente também.
Eu acho que o processo de dor é parecido com um quarto escuro, quando você tá num quarto escuro, o escuro suga tudo. Você não consegue ver a bola de basquete que te lembra o quanto você
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Eu acho que o processo de dor é parecido com um quarto escuro, quando você tá num quarto escuro, o escuro suga tudo. Você não consegue ver a bola de basquete que te lembra o quanto você ama jogar, nem consegue enxergar o porta-retrato que te lembra o quanto você é amado. De repente tudo é dor. E escuro.
Mas o escuro, e a dor, não duram para sempre. Porque a cura é tipo um quarto que amanhece gradativamente. Vai entrando luz e alívio devagar e aos poucos, até que a gente se sente pronto pra mudar daquele lugar - dentro e fora.
É por aí que vai esse episódio do "Me vê dois Copos" - um quadro em vídeo e sem roteiro do "Para dar Nome às Coisas".
Eu estava esperando meu café chegar, quando uma cena na mesa da frente me chamou a atenção. Duas pessoas, que pareciam irmãos, estavam dividindo
um petit gateau. Perto de acabar o doce,
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Eu estava esperando meu café chegar, quando uma cena na mesa da frente me chamou a atenção. Duas pessoas, que pareciam irmãos, estavam dividindo
um petit gateau. Perto de acabar o doce, uma das pessoas disse:
"você sempre pega um pedaço grande quando o bolo tá no fim". No que o outro responde: "no lugar de me vigiar, pega um pedaço grande você também, ué". O que era quase a mesma coisa do que dizer: para de controlar o meu desejo e vai realizar o seu.
Documentário citado: "Eu maior" - tem disponível no Youtube
"Sabe quando a gente sente que se perdeu tanto de si que já não sabe como voltar, ao que voltar? Quando chegamos naquele ponto do
processo em que entendemos que temos que voltar para
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"Sabe quando a gente sente que se perdeu tanto de si que já não sabe como voltar, ao que voltar? Quando chegamos naquele ponto do
processo em que entendemos que temos que voltar para nós, que é impossível ser feliz fora, mas a gente não sabe mais quem foi, quem é?"
Semana passada eu recebi essa mensagem de uma pessoa que senta aqui na nossa mesa de bar. E a minha resposta para ela foi: já, já passei por isso. Nesse episódio 200 do "Para dar Nome às
Coisas" eu te conto das vezes que eu me perdi e das minhas tentativas de me encontrar.
Esses dias, depois de viver uma situação em que eu topei a vulnerabilidade de peito aberto, meu inconsciente trouxe a imagem do sofá branco que tinha lá em casa. Por anos ele foi um
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Esses dias, depois de viver uma situação em que eu topei a vulnerabilidade de peito aberto, meu inconsciente trouxe a imagem do sofá branco que tinha lá em casa. Por anos ele foi um sonho da minha mãe. Daqueles que ela ficava olhando nas revistas de móvel, enquanto juntava dinheiro pra um dia, quem sabe, ter um igual.
Um dia esse grande dia chegou. Ela conseguiu entrar na loja e trazer o sofá branco para casa. Mas assim que ela segurou a porta pro montador colocar ele no meio da sala, o medo de manchar, de estragar, de perder o sofá sentou ali, com a gente, junto. Ao realizar o sonho, ao se abrir para aquela felicidade, ela também se abriu para a vida do jeito que ela é - um tanto incontrolável. E topou isso, porque minha mãe era dessas.
Mas passados anos dessa memória, fiquei pensando nesse cruzamento de informações e imagens - de sofá e vulnerabilidade - que o meu inconsciente estava trazendo ao passo que eu pensava se tinha valido a pena, mesmo, assumir meu peito aberto naquele dia.
No começo do ano, durante uma viagem de férias, eu descobri que eu amo coentro. Quero dizer, eu passei a vida inteira amando coentro, mas sem saber que o nome daquilo que eu gostava era,
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No começo do ano, durante uma viagem de férias, eu descobri que eu amo coentro. Quero dizer, eu passei a vida inteira amando coentro, mas sem saber que o nome daquilo que eu gostava era, de fato, coentro. Fato é que eu voltei da viagem e passei a comprar coentro em quase toda minha ida ao hortifruti. E isso que poderia ser só uma experiência gastronômica, acabou virando muito mais do que isso, porque me lembrou que nomear as coisas não muda as coisas, mas muda o jeito que a gente pode se aproximar ou se afastar das coisas.
Enquanto eu não sabia o nome daquilo que eu gostava, eu não podia comprar aquilo. Ou pedir aquilo. Ou me aproximar daquilo.
Ou falar: "coloca mais". O contrário também vale, também é verdadeiro, quantos pratos a gente joga fora ou quantas experiências que poderiam ser boas se tornam ruins porque a gente não sabe o nome do que incomoda, do que faz mal? Nomear é importante não para definir, mas para libertar.
desses eu tava lembrando de uma coisa que sempre acontecia na casa de uma amiga na adolescência. Sempre que ela ia sair e colocava uma roupa bonita, a mãe dela enfiava a mão dentro de
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desses eu tava lembrando de uma coisa que sempre acontecia na casa de uma amiga na adolescência. Sempre que ela ia sair e colocava uma roupa bonita, a mãe dela enfiava a mão dentro de uma gaveta da cômoda da sala e tirava de lá uma máquina de fotografar analógica.
Ela pedia para minha amiga se posicionar no meio da sala e tirava uma foto, porque sabia que aquele momento era, em alguma medida, um momento especial. Um momento extraordinário. Um momento que não acontecia sempre.
Anos depois, enquanto eu organizava meu guarda-roupa num sábado a noite, enquanto o bar da rua apelava com uma playlist maravilhosa, eu lembrei dessa história. E sei que lembrei porque uma parte em mim tava sentindo que tinha algo de errado com meu fim de semana. Alguma coisa errada em estar no chão, dobrando roupas, e não enfiada em alguma festa muito legal.
Foi, no entanto, uma sensação que durou pouco. Porque logo lembrei da minha amiga. Lembrei daquele hábito dela de se deixar fotografar num dia que era extra
Recentemente, uma amiga nossa de bar me perguntou se tinha algum episódio sobre sobre criar expectativas. Ela, na verdade, me dizia que era uma pessoa que criava expectativas demais e
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Recentemente, uma amiga nossa de bar me perguntou se tinha algum episódio sobre sobre criar expectativas. Ela, na verdade, me dizia que era uma pessoa que criava expectativas demais e que achava isso nem sempre bom. Respondi para ela que não lembrava de ter gravado algo nesse sentido, trocamos algumas mensagens sobre esse assunto, e levantei do sofá para fazer arroz.
Acontece que na hora que o alho e cebola se juntaram no fundo da panela quente, meu corpo me transportou para os domingos dos anos 90 na casa dos meus pais. Quando minha mãe cozinhava demorado e eu ficava vidrada na frente da tevê, esperando o momento em que o Gugu, apresentador do programa da época, ia fazer aquela gincana que sempre terminava com um caminhão de brinquedos estacionado na frente do portão da pessoa.
Eu sonhava que um dia isso ia acontecer lá em casa. Sonhava que um dia seria comigo. Mas nunca foi, porque eu nunca mandei a carta me inscrevendo. Ele não sabia quem eu era, eu nunca me apresentei, não tinha fi
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# 10 Calma e generosidade ao olhar para dentro - Me vê dois copos?
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"Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro. Eu gosto muito dessa frase da Clarice Lispector. E gosto, porque
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"Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro. Eu gosto muito dessa frase da Clarice Lispector. E gosto, porque ela me lembra uma conversa que eu tive com o meu sogro dias atrás sobre hortas.
Sobre o processo de ter calma e generosidade ao olhar para as coisas, ao olhar para dentro, antes de decidir jogar fora. Antes de excluir o que nos disseram ser ruim. Qualidades e defeitos, muitas vezes, são a face de uma mesma moeda. E não coisas opostas. E é preciso atenção para não jogar tudo fora.
Me vê dois Copos é um quadro do Para dar Nome às Coisas, em vídeo, a cada quinze dias. Os episódios tradicionais de quarta-feira seguem sendo publicados semanalmente, as quartas-feiras.
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# 11 Inteireza: permitir ser em tudo que sou - Me vê dois copos?
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Dias desses, saí para tomar uma cerveja com alguns amigos uma pergunta começou rolar na mesa: "o que é inteireza para você?" Não lembro do que respondi na hora, mas se fosse hoje,
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Dias desses, saí para tomar uma cerveja com alguns amigos uma pergunta começou rolar na mesa: "o que é inteireza para você?" Não lembro do que respondi na hora, mas se fosse hoje, certamente responderia: inteireza para mim é me permitir ser em tudo que eu sou. Me deixar ser ridícula, não admirável, tosca. Não precisa negar de mim parte alguma.
Eu lembro da sensação de fugir do que eu tava sentindo, porque eu tinha um medo enorme de nunca mais conseguir sair daquele lugar.
Corta para anos depois, e eu tô ali percebendo que,
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Eu lembro da sensação de fugir do que eu tava sentindo, porque eu tinha um medo enorme de nunca mais conseguir sair daquele lugar.
Corta para anos depois, e eu tô ali percebendo que, paradoxalmente, a coisa só passou quando eu fui ao encontro daqueles sentimentos, quando eu os escutei, quando eu entendi o que meu corpo tava dizendo e quando eu dimensionei o que era.
Quando eu dei o devido tamanho.
De tudo ficou o aprendizado que às vezes a gente foge das coisas porque acha que elas não vão passar. Vão. A vida é ciclo. A gente é ciclo. E passar por momentos ruins, não significa que a gente vai ter que morar lá. Não mesmo.
Eram duas pessoas sentadas numa muretinha de uma cidade praiana. Uma delas dizia que tinha terminado uma relação há algum tempo, mas ainda não conseguia fechar a porta. Aquela que
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Eram duas pessoas sentadas numa muretinha de uma cidade praiana. Uma delas dizia que tinha terminado uma relação há algum tempo, mas ainda não conseguia fechar a porta. Aquela que existia do lado de dentro.
O amigo, depois de escutar a história, tirava um bloco de notas do bolso e pedia para ela escrever tudo que estava difícil de deixar pra trás. Ela fazia. Então eles iam para casa de um deles e colocava fogo no papel. Era um ritual de despedida.
Lembro de ver essa cena e primeiro achar bonito e significativo.
Depois de alguns anos achar raso e superficial, porque ninguém desapega por queimar um papel. E por último achar que aquilo era a representação de um primeiro passo.
Ritualizar não muda o cenário, mas muda a intenção. Muda a clareza. Eu não percebi isso vendo o filme, mas ouvindo a minha intuição que um dia - anos mais tarde - disse: "escreve uma carta e guarda no fundo da gaveta. Só abre se isso que você teme acontecer" Naquele dia levantei do sofá com coragem.
É a história de uma mulher que, em determinado momento da vida, decide tentar realizar o sonho de ser musicista. A irmã dela, vendo esse movimento, pergunta: "mas e se você não conseguir
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É a história de uma mulher que, em determinado momento da vida, decide tentar realizar o sonho de ser musicista. A irmã dela, vendo esse movimento, pergunta: "mas e se você não conseguir tirar nada disso? E se o sucesso nunca vier? E se você passar a vida tentando e nada acontecer?" No que ela responde: "se você não consegue perceber o que eu já estou tirando disso nenhuma explicação será suficiente."
Há algo que acontece antes do acontecimento visível. Há algo que se transforma antes do resultado concreto. Há algo que cresce antes do fim. E esse algo importa tanto quanto a própria coisa.
O 'Me vê dois Copos' é um quadro em vídeo do Para dar Nome às Coisas. Assista ou ouça inteirinho no @spotify
"Como lidar com a sensação de que todo mundo está avançando menos você? No fim, como lidar com a inveja?"
Dia desses uma amiga nossa de bar me fez essa pergunta. E entre todas as que eu
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"Como lidar com a sensação de que todo mundo está avançando menos você? No fim, como lidar com a inveja?"
Dia desses uma amiga nossa de bar me fez essa pergunta. E entre todas as que eu recebi nos últimos tempos foi a que eu mais gostei.
Eu gosto de falar de inveja. Acho um sentimento genuíno, verdadeiro e que ensina muito quem quer aprender de si.
É uma pena, só, que a gente pare na vergonha e na culpa de sentir.
É uma pena que a gente tenha tanto medo dele.
Reconhecer a inveia pode ser um caminho pra encontrar várias coisas escondidas dentro da gente. Há caminhos que surgem nesse momento. Não que não seja desconfortável, mas não qje não seja libertador também.
"Não é problema meu." Isso é uma coisa que eu tenho treinado dizer o tempo todo pra mim mesma, depois de me pegar várias vezes engajando em coisas que não fazem sentido algum no fim do
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"Não é problema meu." Isso é uma coisa que eu tenho treinado dizer o tempo todo pra mim mesma, depois de me pegar várias vezes engajando em coisas que não fazem sentido algum no fim do dia. Sabe?
Ah o que o outro disse, o que ela fez, o que fulano mostrou, aquela notícia medonha, aquela história bizarra, aquela conta no tik tok.
Tanta coisa que não é problema meu, mas que eu tô lá dando minha energia, sem consciência e autonomia, e no final não sobra pros assuntos do meu cercadinho, que realmente importam, sabe?
Ando treinando essa frase de saída: "não é problema meu", para sobrar tempo e energia pro que é.
No último sábado (04/11), grandes nomes da podosfera brasileira reuniram-se para celebrar a arte de contar histórias no Spotify
Podcast Festival. O Brasil é o nosso segundo maior
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No último sábado (04/11), grandes nomes da podosfera brasileira reuniram-se para celebrar a arte de contar histórias no Spotify
Podcast Festival. O Brasil é o nosso segundo maior mercado de podcasts, tanto em termos de ouvintes quanto de criadores, e está repleto de pessoas talentosas que usam essa mídia para se conectar com os outros, compartilhar histórias e inventar outras tantas mais.
O festival permitiu que criadores e fãs se conectassem de forma especial. Os talentos dos programas Originais e Exclusivos Spotify, como Mano a Mano, É nóia minha? e Para dar nome às coisas apresentaram sessões ao vivo, ao lado de outros grandes nomes da podosfera como Um Milkshake Chamado Wanda, Modus Operandi,
Bom dia, obvious, Nerdcast, PODDELAS, Gostosas também
Choram com lela brandão, Os Sócios, Inteligência Ltda. e
TICARACATICAST.
Confira como foi a sessão do Para dar Nome às Coisas convida
Gostosas Também Choram!
Eu estava conversando com um rapaz sobre um livro que ele tinha lido e que quase todo mundo no meu ciclo leu também. Ele me dizia que tinha amado e me perguntou: você leu?" Eu disse que
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Eu estava conversando com um rapaz sobre um livro que ele tinha lido e que quase todo mundo no meu ciclo leu também. Ele me dizia que tinha amado e me perguntou: você leu?" Eu disse que era o próximo que eu leria.
Então ele falou: "tem gente que ama e tem gente que odeia. Quem não gosta, não gosta do final. Eu amo porque, sobretudo, eu entendo que aquela história é a história daquela autora. E eu acho que ela só podia tomar as decisões que eram dela, não as que eu achava que ela tinha que tomar."
Essa conversa colou no meu corpo e me levou pela mão para sete anos atrás quando algo parecido aconteceu comigo.
É por aí que vai a nossa mesa de bar dessa semana. Cê vem?
É a história de um elefante que aparece no meio da cidade.
Ninguém nunca
viu um elefante nesse lugar e o boato que tem um animal grande
por ali
se espalha e chega na casa de uma
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É a história de um elefante que aparece no meio da cidade.
Ninguém nunca
viu um elefante nesse lugar e o boato que tem um animal grande
por ali
se espalha e chega na casa de uma menina que é muito curiosa. Ela vai até
lá, olha o animal, e quando chega em casa diz: 'ele tem uma barriga muito grande'.
O vizinho dela faz a mesma coisa e quando chega em casa diz: 'ele tem a pata muito grande'
Duas ruas acima, uma senhora vai lá e constata: 'ele tem um rabo muito grande'.
Todo mundo viu o mesmo animal, mas cada pessoa viu um pedaço diferente dele. Meu processo de entender, acolher e cuidar da minha ansiedade se parece com isso. Com uma única diferença: eu sou todas essas pessoas, a depender da fase da vida, olhando e reconhecendo mais uma parte desse bicho muito grande.
Nessa fase, nesse episódio, eu te conto mais uma parte dessa minha compreensão que passa por reconhecer a ansiedade e depois mergulhar num processo de autocuidado e generosidade.
A gente tava nos últimos dias de um trabalho que tinha durado um ano inteiro e pro qual eu tinha me dedicado muito. Mas ali, nas últimas semanas, eu não aguentava mais pensar naquilo,
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A gente tava nos últimos dias de um trabalho que tinha durado um ano inteiro e pro qual eu tinha me dedicado muito. Mas ali, nas últimas semanas, eu não aguentava mais pensar naquilo, nem ver aquilo, nem opinar sobre aquilo. Eu só queria, muito, que aquilo terminasse, então eu fiz uma coisa que eu nunca tinha feito nos onze meses anteriores, eu disse: "tanto faz" para uma decisão que mudaria o rumo de tudo que eu tinha construído até ali.
Na época, eu ainda não tinha construído pra mim uma imagem mental que me ajuda a não desistir, quando tudo o que eu preciso é descansar. Mas a vida é cíclica e, anos depois dessa cena, algo parecido aconteceu de novo. Eu estava quase abandonando algo muito precioso quando a imagem de uma gangorra veio na minha cabeça. Eu encontrei um novo jeito e entendi o que era preciso
fazer. É sobre lembrar de descansar, sem abandonar os nossos sonhos, o episódio dessa semana. Cê vem?
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Finał sezonu
#15 - Me vê dois copos? - Insegurança: jogar a âncora para dentro
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Nenhuma aprovação externa vai ser suficiente se eu não concordar com ela, assim como nenhuma desaprovação pode ser tão destrutiva, quanto é quando eu concordo com ela.
É sobre
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Nenhuma aprovação externa vai ser suficiente se eu não concordar com ela, assim como nenhuma desaprovação pode ser tão destrutiva, quanto é quando eu concordo com ela.
É sobre insegurança o "Me vê dois Copos" da vez. Episódio na íntegra no @spotify Cê vem?
"Poderia falar sobre se sentir estagnado na vida? Eu vou fazer aniversário mês que vem, 33 anos, terminei recentemente um noivado, ainda moro com a minha mãe. Embora o nosso
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"Poderia falar sobre se sentir estagnado na vida? Eu vou fazer aniversário mês que vem, 33 anos, terminei recentemente um noivado, ainda moro com a minha mãe. Embora o nosso relacionamento seja incrível, meu sonho é morar sozinha. Resolvi investir num negócio assim que me formei e a instabilidade financeira deixa tudo muito difícil"
Recebi essa mensagem de uma amiga de bar. Deixei ecoar por dias essa pergunta até que me senti pronta para gravar esse episódio.
Te encontro amanhã na nossa mesa de bar, cê vem?
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Finał sezonu
SO5EP212 - Atravessar para que seja possível superar
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"Como eu faço para superar?". Na última semana, eu recebi essa mesma pergunta, em diferentes contextos, e ela me levou para um dia em que eu tava presa num trânsito, pensando a mesma
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"Como eu faço para superar?". Na última semana, eu recebi essa mesma pergunta, em diferentes contextos, e ela me levou para um dia em que eu tava presa num trânsito, pensando a mesma coisa.
"Como eu faço para superar?"
Eu queria, assim como quase todos nós, deixar aquilo que dói para trás, como quem se suspende acima da realidade. Mas precisei de um tempo a mais de vida para entender que 'superar' não é algo que eu faço, é algo que acontece depois que eu me coloco para atravessar.
É por aí que vai o episódio dessa semana, cê vem?
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