Comissão Política

Primeiro um Costa-Tavares, depois um Catarina-Ventura. No fim da primeira noite de debates das legislativas, o que há a reter?

André Ventura conseguiu pôr Rui Rio a responder às bandeiras do Chega ao longo de um debate inteiro na SIC. Mas o líder do PSD demarcou-se logo no início de um partido que é contra o regime. Afinal, Rio fechou as portas a Ventura ou deixou as janelas abertas para temas como a prisão perpétua? E noutras áreas foi apenas uma questão de grau?

O Expresso passou os dias dos primeiros debates para as legislativas dentro de um "filme de terror", sujeito a um ciberataque que apesar de tudo não nos paralizou: no fim, contamos como foram os bastidores da reação do nosso jornal e da SIC. Mas o prato principal desta Comissão Política são os duelos políticos que antecedem a campanha eleitoral, sobretudo a atitude de Rui Rio perante André Ventura e a estratégia de António Costa.

Aqui, ninguém viu um vencedor claro. Mas todos viram portas abertas para conversas ao centro. O que não se vê é Guterres Costa quer seguir. Nem o que Rui Rio quis dizer quando... ora ouça.

As sondagens variam muito e em pouco tempo, Costa já só fala de maioria, Rio aposta numa vitória. Desta vez será mata-mata? E quem perde mais com uma desilusão eleitora?

Com estas sondagens a dar empate, quem é que vai ganhar? E quem segura o terceiro lugar? Nesta Comissão Política abrimos uma bolsa de apostas. Mas já de olhos postos no que se seguirá. Problemas?

O que fará António Costa com esta maioria? E o que fará o PSD, entre a nova direita em ascensão e um PS maioritário ao centro? E Marcelo, terá gostado do que vai ter?

Rui Rio perdeu várias eleições com alguns dos piores resultados de sempre, mas não se demite já. O que aconteceu ao PSD ao longo destes quatro anos para ter chegado aqui? Quais foram os maiores erros de Rio? Debatemos o passado a apontamos para o futuro: que desafios esperam o(s) próximo(s) líder do PSD? E quem estará mais bem posicionado dos quatro nomes que se falam? Este é um episódio especial, em que abrimos uma garrafa de espumante. Afinal, já são 200 edições de podcast, consigo desse lado...

Este episódio tem o social-democrata Miguel Poiares Maduro como convidado especial: para debater o passado recente da liderança de Rui Rio, o presente e as eleições internas do partido, mas sobretudo o futuro. O ex-ministro-adjunto de Passos Coelho defende uma reorganização interna do partido, com uma abertura à sociedade, que podia ser feita por Rio mesmo antes de aparecerem outros nomes. E deseja um PSD moderado sem pontes para o Chega, para ganhar ao centro, mas que também possa mostrar as diferenças em relação à Iniciativa Liberal - mas sobretudo em relação ao PS.

O grupo parlamentar de amizade Portugal-Rússia vai ser dissolvido, mas mais à frente o diálogo deve ser retomado, diz o deputado Carlos Eduardo Reis, também membro da Comissão de Defesa. Uma conversa sobre o desinvestimento português na defesa, a necessidade de alguma "hipocrisia" na relação com Putin e o mundo que aí vem.

Os pressupostos para governar debatidos na campanha eleitoral não são os mesmos que o novo Governo vai encontrar. O mundo há dois meses era um, hoje é outro: a Rússia invadiu a Ucrânia, a inflação parece ter vindo para ficar e os combustíveis dispararam. António Costa tem todos os potenciais sucessores num novo Governo politicamente reforçado e com independentes de peso. Analisamos os nomes e a orgânica do novo Executivo e o contexto de incerteza em que vai governar.

147 dias depois, Marcelo deu posse ao novo Governo, mas logo com uma direta a António Costa: a maioria não dá direito a sair a meio. Marcelo exagerou? E Costa, quer ir embora? Que mais sinais podemos ler deste primeiro dia.

Seja quem for o futuro líder do PS, tem perante si as piores circunstâncias possíveis para recuperar o tempo perdido por Rui Rio nos últimos quatro anos. A longa travessia laranja no deserto pede os maiores sacrifícios a Luís Montenegro ou a Jorge Moreira da Silva, um deles chegará a presidente do partido. No CDS, o caso é mais grave. O relógio parou, o partido está fora do tempo, e regressar ao compasso é uma missão quase impossível.

Com as oposições em maré baixa, o Governo fez-se valer da maioria e aprovou um programa (quase) sem adaptações à realidade da guerra - e com um certo ar de auto-suficiência. Estará o Governo insuflado? E o que nos diz o regresso de Cavaco aos artigos de opinião?

O novo ministro das Finanças, fã de filmes da Marvel, vestiu o fato para assumir um guião que ainda não é o dele, porque o Orçamento do Estado ainda era o de João Leão. Fernando Medina pode ser vilão ou super-herói em anos que se avizinham difíceis, depende do ponto de vista: já se sabe que será um conservador nas contas que fará tudo para evitar derrapagens de má memória. É o primeiro político-político a assumir esta pasta nos últimos anos: 2023 será o ano decisivo para se perceber quem é o novo Medina.

Pela primeira vez, um Presidente da República dedica a intervenção do 25 de Abril em exclusivo às Forças Armadas. Marcelo Rebelo de Sousa pediu mais meios, mais investimento, mas não estabeleceu metas e nem falou dos problemas específicos da Defesa. Foi um discurso geral para não ferir suscetibilidades. Falamos também dos outros discursos da sessão comemorativa, elegemos o melhor e falamos dos piores.

O caso dos russos que receberam refugiados ucranianos na Câmara de Setúbal levantou um vendaval político, não só na autarquia, mas também para o Governo. Falamos das dúvidas que permanecem. E também do PCP, que não sai do olho do furacão.

Esta edição tem os comentários de Cristina Figueiredo, editora de Política da SIC, Eunice Lourenço, editora de Política do Expresso e da jornalista Rita Dinis, com a moderação de Vítor Matos. A sonoplastia é da responsabilidade de João Luís Amorim e a ilustração é da autoria de Tiago Pereira Santos.

Este episódio conta com os comentários da Liliana Valente, jornalista do Expresso, de Eunice Lourenço, editora de Política, de David Dinis, diretor-adjunto, com a moderação de Vítor Matos. A sonoplastia é da responsabilidade de João Luís Amorim e a ilustração é de Tiago Pereira Santos.

Sem surpresa, Luís Montenegro é o novo líder eleito do PSD, que daqui a um mês sucede a Rui Rio com a entronização no congresso do partido no Porto. A vitória sobre Jorge Moreira da Silva era esperada, mas depois de uma campanha interna morna e desinteressante, continuamos sem saber o que verdadeiramente pensa o homem que há anos persegue a liderança dos sociais-democratas. O que quer ser o PSD numa direita onde o espaço encolheu e há mais concorrentes? Ainda não sabemos...

Há falta de médicos obstetras e o Governo sabe que os serviços são difíceis de garantir em férias e feriados. O problema é antigo, mas "grave", António Costa dixit. E sendo grave e antigo sem ter sido resolvido, então é mais grave ainda. Esta Comissão Política debate vários problemas urgentes que o Governo tem para resolver num país preso por arames, quando os juros da dívida começam a subir...

Com Costa mais fora do que dentro, o governo de maioria tarda em marcar agenda e limita-se a reagir às urgências que aparecem. O Presidente observa, mas vai dando cobro. Por que espera Marcelo? Esta Comissão Política conta com a participação de Ângela Silva, Eunice Lourenço e Vítor Matos, sob moderação de David Dinis. A sonoplastia é de João Luís Amorim e a ilustração de Tiago Pereira Santos.

O novo líder do PSD esteve praticamente um mês em silêncio, enquanto o Governo foi acumulando problemas e razões para ser criticado. O país sente a falta de oposição e Luís Montenegro tem este fim-de-semana no Porto, a última oportunidade para causar uma boa primeira impressão como opositor número um a António Costa, no congresso do PSD que o vai entronizar como líder. Falamos ainda de estratégia, nomes para a direção e de Carlos Moedas...

Parecia que António Costa ia abater o seu ministro Lone Ranger, que deu uma de cowboy solitário para tomar uma decisão sem o conhecimento do primeiro-ministro. Mas não. O líder socialista manteve no Governo o homem que sonha um dia substituí-lo, mesmo depois da maior desautorização de que há memória de um membro do Governo. Marcelo lançou sobre o chefe do Executivo o ónus de tudo o que de "infeliz" Pedro Nuno Santos possa vir a fazer. Costa e Pedro Nuno serão os bombos da festa do Congresso do PSD.

Luís Montenegro foi entronizado num congresso em que o PSD voltou à oposição mais unido, com surpresas na direção, e sete propostas para o país. Agora, o novo líder precisa de fôlego e forças para remar nos próximos dois anos, a pensar no que pode acontecer daqui a quatro. Análise dos jornalistas que estiveram in loco.

António Costa decretou estado de contingência, fechou florestas e bosques, deu ordem de marcha a festivais. O risco de um novo Pedrógão Grande é trauma ou oportunidade de liderança para o primeiro-ministro? E que riscos correriam Costa e Marcelo? A palavra "proibido" é o novo mantra do Governo?

O governo mudou o discurso, talvez não a agulha. O PSD mudou o líder, mas não teve uma estreia boa. E na sexta-feira há reunião Costa-Montenegro. Que notas ficam do último debate do ano parlamentar? E quem se saiu melhor?

O novo líder do PSD foi a São Bento e levava um desafio: queria dar um "banho de realidade" a António Costa. Mas saiu sem palavra e Costa pintou o encontro de cor de rosa. Já Santos Silva quis dar um "banho de ética" ao Chega e acabou a pré-anunciar uma candidatura presidencial. Onde é que isto vai levar depois das férias?

O anúncio da demissão da ministra da Saúde foi feito madrugada dentro e a resposta do primeiro-ministro quase imediata. Que perfil terá o sucessor? E a ministra, fica mesmo em funções mais duas semanas? Para quando a escolha do nome que se segue?

O Governo anunciou um aumento de pensões que é, também, um corte no valor base das pensões que a lei ditaria. Terá Costa (e o PS) força para reformar a Segurança Social? E para assumir decisões difíceis que se avizinham? Analisamos as medidas do Governo para mitigar os efeitos da inflação, mas sobretudo o discurso equívoco de Costa e o que isso pode prenunciar para um mandato que será dificultado pela crise.

Analisamos a entrevista de rentrée do primeiro-ministro à TVI, onde António Costa negou que os aumentos das pensões fossem um truque, mas não revelou o que tem na cartola para lhes restituir o poder de compra no fim de 2023. Comentamos como o chefe do Governo transformou o ministro Pedro Nuno Santos num mero "diretor-geral" para executar o aeroporto que São Bento decidir e como o grupo parlamentar do PS não está confortável com algumas medidas do Executivo.

Um aviso de Marcelo, mais um ministro sob crítica e uma socialista a usar a palavra proibida: "sacrifícios". Analisamos como o PS e o Governo chegaram (e podem sair) da crise anunciada. E também como a direita se prepara discretamente para uma união polémica.

O que vem é "mau", já avisou Marcelo, que está preocupado com o pessimismo do BCE sobre os próximos trimestres. Para já, António Costa põe gelo nos pulsos e a palavra de ordem dentro do Governo é não alarmar as pessoas antes de começarem a sentir a crise no bolso. No entanto, uma sondagem ISCTE/ICS diz que já sentem. E a oposição? Porque é que o PSD e Luís Montenegro, com mais pontes abertas para o Chega, não falam do diabo da crise que aí vem? Trauma do passado?

Seis meses passados, o Governo tem avaliação negativa e António Costa a sua pior avaliação. Será este um ponto de não retorno? A sondagem Expresso-SIC vista à lupa, com a ajuda de Pedro Magalhães.

Marcelo diz que este orçamento é como a "navegação à vista da costa", mas é sobretudo um orçamento à vista do Costa, o primeiro-ministro que não deixa de ter como eixo um défice baixo e a redução da dívida. Medina apresentou o seu primeiro Orçamento do Estado, prudente ou austeritário? Conservador de direita ou expansivo de esquerda? O Presidente falou de "otimismo", e de dúvidas, e o ministro das Finanças admitiu que tinha margem para mudar de políticas se as previsões não se confirmarem. E ainda discutimos as incompatibilidades dos ministros e famílias.

Este é um orçamento prudente, tipo Xanax para não acordar os mercados, mas com a cafeína das ajudas. E Fernando Medina é um social-democrata da direita da esquerda do PS. Mas o OE devia ter mais investimento? Ou as políticas de ajuda a famílias e empresas fazem contravapor às decisões do BCE? Este é um episódio de fusão da "Comissão Política" com o "Money, Money, Money" - os podcasts de política e de economia do Expresso - a propósito do Orçamento do Estado.

Até que ponto o Presidente está mais sozinho? Haverá um ataque concertado para o fragilizar? Até onde o apoio de Costa pode não ser tático? E que estranho discurso nada 'passista' é este do novo PSD? Analisamos a falha de Marcelo e as suas causas mais profundas, mas também os excessos dos que o criticaram na semana passada. Olhamos ainda para o relançamento de Passos, pela boca do Presidente, e o modo como o PSD reagiu a isso e se afasta das contas certas.

O presidente da iniciativa Liberal, que dizia que "o liberalismo é bom e faz falta", demitiu-se ainda não se percebeu muito bem porquê. João Cotrim de Figueiredo alega que o partido deve ter um líder mais popular e combativo para disputar as próximas eleições legislativas. Já há dois candidatos: Carla Castro e Rui Rocha. O secretário-geral socialista, António Costa, é que reagiu de forma violenta à crise na IL, a antecipar um "luta livre na lama" e a comparar a IL ao Chega, numa declaração de estilo pouco habitual em primeiros-ministros. A abrir este episódio, evocamos a memória de Adriano Moreira.

Marcelo mostrou-se "muito preocupado" com a subida das taxas de juro, Costa disse ao BCE que não é assim que se controla a inflação. Até onde irá esta guerra dos políticos europeus ao banco central independente - e o que esconde ela? No dia de mais uma subida das taxas de juro, o Presidente foi claro na discordância. Por estes dias, o PS atacou o PSD, que alegremente defendeu a intervenção do BCE. E o primeiro-ministro avisou Lagarde que a emenda pode ser pior que o soneto. Mas, afinal, o que esconde esta guerra? E deve ser posta em causa a independência do banco central?

De um dia para o outro, ao fim de 18 anos, o PCP muda de secretário-geral, de forma opaca, escondida e nada transparente. O partido está num dos seus momentos mais difíceis, em mínimos de deputados, de câmaras e votos. Qual o balanço da liderança da Jerónimo? Conseguiu ir atenuando as perdas. Quais os desafios de Paulo Raimundo, o novo secretário-geral? Muitos. Não será fácil voltar a pôr o partido a crescer. Entretanto, Marcelo Rebelo de Sousa dirigiu-se à ministra da Coesão, Ana Abrunhosa, em termos nunca usados por um Presidente, e onde toda a gente leu um puxão de orelhas, António Costa viu apenas criatividade. Por falar em criatividade, o secretário de Estado adjunto Miguel Alves de uma entrevista para se explicar melhor sobre o mal explicado adiantamento de 300 mil euros a uma empresa, mas acabou por deixar ainda mais dúvidas sobre a sua situação.

Carlos Costa, o ex-governador do Banco de Portugal, acusa o ainda primeiro-ministro de ter tentado proteger Isabel dos Santos e o regime angolano. António Costa responde com um processo por difamação. Será este um ajuste de contas ou de uma tentativa de começar a escrever a história do 'costismo'. E que versão estará mais próxima da verdade? O que estava em causa em 2016, a data desta história? Que interesses tinha Isabel dos Santos em Portugal? Que relação tinha o Governo de Costa com o velho regime angolano? E que relação tinham os 'Costas', afinal de contas?

As questões éticas que se levantam com a viagem das mais altas figuras do Estado ao Mundial do Qatar, apoiar a seleção, estão no centro do debate público, mas a discussão é muito mais séria e abrangente do que se possa pensar. Deviam ir ou não deviam ir? A denúncia das violações dos direitos humanos é mais eficaz a partir daqui ou no território do Qatar? Quando a Rússia organizou o mundial de 2018 ou quando a China recebeu os Jogos Olímpicos em 2008, não se colocaram as mesmas questões, pelo menos com a mesa veemência. Estaremos hoje mais sensíveis no mundo ocidental às ditaduras, sobretudo depois da invasão da Ucrânia? Parece que estamos a falar de bola, mas tudo isto é muito mais do que futebol.

No dia que fazia sete anos no poder, Costa leu no Expresso que a Roménia está prestes a ultrapassar Portugal. Nesse dia, Costa celebrou, mas só com socialistas. Mas há um socialista que tem coisas a contar-nos sobre tudo isto.

Vítor Matos, David Dinis e Hélder Gomes discutem a Tempestade Perfeita que destapou suspeitas de corrupção na Defesa. E é de corrupção que fala o investigador Luís Sousa, numa participação especial da edição desta semana onde também se discute a oposição que o PSD faz.

Uma entrevista do primeiro-ministro à Visão deu mote à "bolha mediática" para discutir os dons de humildade ou os tiques de arrogância de António Costa. Dentro dessa "bolha" estão, já agora, dois ex-ministros do próprio Costa. Vai acabar como diziam os gregos, em mais uma tragédia de uma maioria?

António Costa deixou uma mensagem de Natal no sapatinho com a palavra "confiança", mas levantou muito ceticismo. Marcelo acabou o ano a falar a toda a hora, contentando os portugueses que acham que não fala demais. E com Costa e Marcelo em alta, que confiança têm os comentadores da bolha?

Entre o Natal e o Ano Novo, quando esperávamos uma semana calma, a aboborar entre filhós e restos de peru, acabamos a ter noite de Cinderela, com demissões no Governo a serem anunciadas à volta do toque das 12 badaladas. Tudo começou com a divulgação, pelo Correio da Manhã, de que a secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis, tinha recebido uma indemnização de meio milhão de euros quando saiu da TAP, em fevereiro. Alexandra Reis demitiu-se na noite de terça, mas a grande aboboragem foi a demissão de Pedro Nuno Santos no início da madrugada de quinta. E, como disse o Presidente ainda antes da decisão do ministro das Infraestruturas, "veremos" se ficamos por aqui. Fazemos o balanço da remodelação em curso e antevemos o futuro de Pedro Nuno Santos.