A caminho da internacionalização, Nas Nalgas palmilham o sucesso pela auto-estrada do reconhecimento com o seu primeiro episódio na língua do Camões Camone, William SeiCuspir. Tenham portanto presente o facto de que daqui a uns tempos vão poder dizer na noite dos Oscars "Ainda me lembro de quando ouvi o primeiro episódio do podcast que estes vencedores das principais categorias deste ano tinham. Já na altura tinham a mesma qualidade que agora, nenhuma." Num episódio tão lusitano fala-se da nobreza do cinema português, de títulos como Goodbye Father, Lucky Nun, Peter and I Niece ou mesmo The Backyard of the Songs. Também não ficaram esquecidas personalidades como John Lizzard, JohnKim Piglet e Ferdinnand Medium Size Warship. Sentem-se, relaxem e deixem que os vossos anfitriões Peter ThereYouGoDog Cabbage, Charles Kings e Michael Irondick vos deliciem com o mel das suas vozes. Inclui também grandes êxitos musicais de The Dolphins, Kicks & Kicks, Tony of the Variations e muito, muito mais...

Nas Nalgas abandonam os meios de entretenimento tradicional e dedicam-se aos meios do futuro, Youtube, Instagram e todas essas modernices que vão mantendo os miúdos afastados da vida sexual activa. E nada melhor que trazer o youtuber nacional número um para falar deste tema quente. JB Martins, blogger e youtuber de sucesso, desce da sua mansão com o mais recente Lamborghini pago com dividendos da fama de blogger e fala com estes meros mortais acerca da vida de glamour nos bastidores do Youtube.

Qual Carlos Cruz no Um Dois Três, Carlos Reis transborda de potencial de apresentador de programa de variedades e o pendor ocasional para palmilhar o Parque Eduardo VII à procura de juventude com uma saquita de rebuçados de Rophynol. Neste episódio fala-se de gémeos interpretados pelo mesmo personagem e daquelas moças que tendo encontrado papel num filme de sucesso nunca passaram de cepa torta e nem com uma interminável sucessão de felácios conseguiram fazer da sétima arte vida. As tais que não foram bafejadas pelo sucesso, apenas pelo tio Harvey Weinstein.

Filmes há que nos invocam as douradas recordações dos verões de ócio que fizeram de nós cinéfilos. Estas gloriosas películas que têm o chamado "VHS Feel" são catalogadas pelas Nalgas e etiquetadas para futura edição em fita. Nas Nalgas ponderam a criação de um plataforma de streaming para alojar e distribuir estas pérolas, porque 45 plataformas de streaming a 10 euros mês cada não chega. Precisamos de fragmentar o mercado de modo a engordar a fatia do Sr. Joaquim, cujo videoclube continua a ser a força motriz desta economia da cinefilia.

Nesta maravilhoso dia 2 de Fevereiro, o célebre Dia da Marmota, Nas Nalgas apresentam a nova temporada dedicada inteiramente à musica no cinema. Este primeiro episódio será dedicado às músicas iniciais, o último será dedicado às músicas finais. Uma simetria poética que faria inveja ao próprio Camões. Pelo meio teremos músicas em que pessoas morrem, músicas saídas exclusivamente em rádios AM, músicas a acompanhar cenas de sexo lésbico apenas em posição tesoura em que uma das intervenientes tem cabelo ruivo aos caracóies, músicas dedicadas a géneros alimentares ou músicas que foram inspiradas por ursos aquando da grande depressão de 1929.

De regresso neste dia 2 de Fevereiro, dia da Marmota, nas Nalgas inauguram uma nova temporada dedicada a "Realizadores portugueses de terror que têm co-produções com a Troma" com uma fenomenal entrevista a Fernando Alle. Aquele que já foi apelidado pela imprensa cor de rosa como "Na Cama com Fernando Alle" das Nalgas do Mandarim é um desfile de conhecimento, emoção, afeto, cabeças desfeitas e criaturas mutantes. O episódio está dividido em duas partes devido ao seu tamanho, o segundo será exibido uma dia destes. Quando calhar.

De regresso ao éter das Nalgas, Fernando Alle fica aliviadíssimo ao perceber que já falta pouco para acabar a entrevista e ir embora. Não colocando completamente de parte a hipótese de poder perder um rim no processo desta colaboração, Fernando conta-nos sumarentos detalhes da glamorosa vida por detrás do cinema de terror em Portugal. Sexo, drogas, orgias com modelos búlgaras, o lobby do pão com manteiga e o segredo do Joaquim Guerreiro (Ulisses do "Ai os Homens") estar 25 anos depois em melhor forma que o Arnold Schwarzenegger quando tinha a mesma idade.

Neste dia 2 de Fevereiro, dia da Marmota, Nas Nalgas iniciam a nova temporada dedicada ao elenco de Bill & Ted com um especial Keanu Reeves. A sua carreira de cabo a rabo, curiosidades, John Wick, Matrix e, claro, o melhor filme que fez, "Doce Novembro". Trata-se de uma escolha automática feita por um sistema de sorteio aleatório. Para a semana será William Veznick que fez de senhor louco sem calças que diz "Excuse me!" na rua enquanto passeia um pombo com uma coleira.

Corria o ano de 1956 e os três podcasters das Nalgas andavam no infantário. Curiosamente, à altura, tinham todos a mesma idade. O mundo fervia de excitação e Portugal, mudo pelo regime, clamava por vozes de contestação e liderança. Vozes emocionadas que fossem um farol de esperança e motivação a um povo agastado pelas maleitas da labuta. Por essa altura sairia o primeiro podcast mundial, em formato magnético que era distribuído em carrinhas de radiodifusão pelo Portugal profundo. Finalmente os temas fraturantes iriam empolgar todo um povo: mamas, jangadas de bucetão, sexo com paraplégicas, super-heróis com problemas intestinais, febras conais e a omnipresente luz do grito a Aurélia no Amor Acontece.

Nas Nalgas passam de cabo a rabo o cinema actual e falam dos melhores filmes dos primeiros seis meses de 2019. Mesmo que só o Miguel tenho visto filmes de 2019. E ainda assim só cinco.

Nas Nalgas mergulham de cabeça na popular temática das pizzas no cinema. Numa temporada dedicada inteiramente a fast-food em filmes, neste episódio discutem-se altos conceitos filosóficos em volta de Cobra e da sua pizza cortada com tesoura. Ou ainda o assunto preferido do Miguel em todos os episódios, as "Tartarugas Ninja 3".

Terminator porque é tempo dele. A época que precede um novo Terminator é sempre uma mistura de ansiedades paralisantes e tesões volumosas de densidade granítica. É neste espírito de tremor de terra emocional que entram as Nalgas com o elevado teor de toda a sua sapiência, relembrando o mundo de que se não aguentam o Terminator nas fases más, não o merecem nas fases boas. É como um filho escuteiro, apesar de às vezes haver vontade de o atirar borda fora numa zona não vigiada de um navio de carga, é um compromisso a assumir de sorriso posto para a vida toda.

No rescaldo de Joker (2019), Nas Nalgas degladiam-se ideologicamente acerca da natureza da dualidade do personagem.

Sendo apresentados como um núcleo patriarca de borbulhante machismo tóxico, Nas Nalgas do Mandarim são na realidade uma fachada de um poderoso núcleo de mulheres que mexem os seus cordelinhos em prol da poderosa agenda feminista, semi-vegana, adoradora de gatinhos e pró-Sofia Coppola. Hoje fala-se das mulheres das Nalgas, aquelas que verdadeiramente mandam. As Carlas e as Mónicas.

As adaptações de videojogos para o cinema foram sempre uma sequência interminável de desastres que contribuem tanto para a qualidade do cinema como o sífilis para a saúde conjugal. Nas Nalgas abordam o assunto de forma cronológica, naquele que é já considerado o episódio de podcasting da década.

Nas Nalgas chegam ao fim do catálogo e abordam o cinema espanhol, abordando alguns dos seus pontas de lança. De Almodóvar a Jordi El Niño Polla, passando por estrelas da grande tela como Javier Barden, Penelope Cruz ou a diva Apolonia Lapiedra, são uns 25 minutos bem passados. Ou 12 minutos se meterem a 2x.

Season Finale | É dia 31 de Dezembro de 2020 e Nas Nalgas do Mandarim estão na festa de passagem de ano de onde fazem uma análise ao que de melhor e pior se fez em cinema no ano de 2020. Através de tecnologia patenteada dos laboratórios Haus del Xunga®, Nas Nalgas enviam este aviso à humanidade do início do ano com o intuito de os fazer aproveitar melhor o parco tempo que têm para actividades cinematográficas.