Nas Nalgas regressam para mais uma temporada, entregues pelas luvas felpudas e salgadas do próprio Pai Natal. Belos sorrisos os vossos, ao encontrar no sapatinho este episódio novo das Nalgas. O primeiro da oitava temporada, um episódio em que se revê o ano de 2020 de cabo a rabo e em modo body swap para quem não percebe as coisas do mundo. Boas festas amiguinhos, e lembrem-se que mesmo que o Pai Natal existisse nunca teria o mesmo hálito a bagaço daquele tio que vos passa a vida a apalpar o rabo.

Hoje discutem-se os clones e sub-produtos do Indiana Jones que, quarenta anos depois, continuam a mungir a fórmula original. Às vezes é só o poster, outras só o exotismo afro-asiático das tribos perdidas, mas na sua essência é um templo perdido no meio de uma floresta africana (com aspecto de selva sul-americana) que contém um artefacto que desafia as leis da ciência e promovem uma facilitação no proveito próprio por via da trapaça. António Araújo, o cinéfilo honrado e também o mais exaustivo do podcastismo nacional ajuda a dar alguma dignidade ao programa. Não é um daqueles drogados que encontramos numa valeta e arrastamos para o podcast.

Um moleiro e um faroleiro entram num bar, o moleiro pede um vodka duplo e o faroleiro pede chocolate quente e conta a história de como a infância num orfanato moldou a sua infância e a elasticidade do seu esfincter. É este o ponto de partida para aquela que é considerada a pedra basilar de todas as artes, narrativas de farol e as aventuras românticas do faroleiro de camisola de malha e um cão. Ah, o farol, esse conceito abstrato e com o misticismo enraizado tão profundamente na cultura judaica/cristã.

O nosso seguidor Nuro, presidente da Associação Nacional de Ciclo-Panificação, propôs um tema às Nalgas: verificar quais os nossos favoritos nas categorias do Letterboxd e depois lutar até à morte para defender a opção escolhida. E assim se perde uma hora, a listar todos filmes a que demos cinco estrelas. Menos o Miguel, que só dá três estrelas e meio no máximo e tem um stock de apenas três coraçõezinhos por ano.

Dizia-me um amigo há uns anos: "Um gajo que ande muito tempo a comer uma top model vai chegar o dia em que só pensa em pinar uma gorda". Isto aplica-se também a actores que passam décadas a fazer papel de heróis e depois mais tarde sentem o apelo pelo lado negro e interpretam um vilão. Hoje faz-se esse top.

Rui Alves de Sousa regressa para apresentar as suas políticas autoritárias neofascistas anti-cachorrinhos e para falar de filmes do género "Peixes Fora de Água". Entretanto a insensibilidade generalizada toma conta das Nalgas que, exceptuando Pedro, se preparam para não fazer nada para salvar os animais. Nas palavras de Edmund Burke, a única coisa necessária para o mal triunfar são os homens de bem não fazerem os sacrifícios necessários para salvar 97 cachorrinhos.

Nas Nalgas finalmente viram a cassete VHS em que gravaram os Óscares 2021 e preparam-se para debitar sua douta justiça naquele que é o mais especial dos especiais. Desde Nomadland a Minari, passando por Hellraiser e acabando em Catarina Furtado on drugs na sua orgia com um pack de seis estagiários encabeçado por Rui Alves de Sousa.

O dia da realizadora é todos os dias nas Nalgas. Hoje fala-se na sensibilidade feminina na realização e elencam-se favoritos. As realizadoras, como todos os grupos profissionais, têm de tudo e cada vez mais. Nas Nalgas expressam o amor pelo cinema no feminino. Menos da Sofia Coppola, essa lambisgóia com financiamentos sempre garantidos e cunhas do papá.

Carlos e Pedro aproveitam para visitar Miguel na Clínica de Recuperação de Pessoas que Gostam de Coldplay (CRPGC) e no processo gravam um episódio dedicado a cientistas loucos. Entretanto Miguel tem uma recaída e vê prolongada a sua estadia por ter uma adição mais complexa do que inicialmente diagnosticado, mas não faz mal porque, entretanto, gravou-se tudo o que era necessário. Carlos tem já agendadas três semanas na Clínica de Recuperação de Pessoas que Pensam que Televisão é Cinema (CRPPTC) e Pedro continua como habitualmente no Centro de Literatura Interativa Torreense de Oligarquia Ribatejana Independente Sulista (CLITORIS) a dar cursos de línguas.

Com a estreia de Cruella, a Disney continua a estratégia de branqueamento de vilões iniciada há uns anos. Nas Nalgas imaginam prequelas de vilões para vosso deleite, alguns deles mais viáveis que a Maléfica. Entretanto, na baixa de Setúbal, Carlos acorda sem memória de onde está nem noção do tempo e, ao perceber que mantém os dois rins, pergunta o que está a acontecer no episódio de hoje. Como sempre, ninguém sabe.

A medida de aceitação nos festivais de cinema europeus é o tempo de aplauso em pé. Não conta o aplauso sentado. Deste modo, o laboratório de ovações "Nalgas do Mandarim" desenvolveu um algoritmo que converte ovações em pé em estrelas do Letterboxd. De recordar que já anteriormente este laboratório foi inovador ao criar a tenaz de tirar pinhas do rabo e Netflixador Sanguíneo, um medicamento que permita às pessoas ver um filme da Netflix completo, de uma assentada, sem morrer de enfado.

Hoje Nas Nalgas falam daqueles que deixaram o mundo do espetáculo um pouco mais triste e pobre com a sua saida deste planeta. Tom sério e cerimonial que o tema merece.

1999 foi uma revolução para os sentidos no cinema comercial, cheio de histórias originais e produções que se colaram à cultura popular como duas páginas da revista Gina. Nas Nalgas aborda o tema complexo, atirando ainda mais complexidade para algo que poderia ser apanhado pela rama. Mas não, insistem até à exaustão.

Como aquele cão que tentamos abandonar todas as férias de verão que depois acaba sempre por voltar a casa, também Mid Night Shiamané insiste em nos importunar ciclicamente com as suas produções. Nas Nalgas retalham Old, retalham Shiamané e a vida conjugal de outros colegas podcasters lançam nuvens negras sobre a indústria.

Não é nada Top Candymans, lol. É só porque este episódio era para ser uma reflexão sobre este Candyman mais recente e acabou por ser uma conversa sobre tudo e mais alguma coisa. Incluindo filmes com abelhas, filmes que nos fizeram chorar, piadas secas acerca de abelhas, mais piadas de divórcio e as maneiras mais dolorosas pontapear testículos.

Depois de ti mais nada, nem sol nem madrugada, o episódio. Desta vez Nas Nalgas elencam as melhores despedidas da sétima arte, não deixando de fora nenhuma das oitenta e quatro despedidas do "Regresso do Rei" de Peter Jackson nem o momento em que Meg Ryan levanta o braço para acenar ao condutor do camião de madeira que encontra quando vai passear de bicicleta ao monte cujos arbustos usava para esconder o pecado da pinocada angelical.

Nas Nalgas abordam a antologia Tokyo (2008) e dissertam acerca das infinitas possibilidades das trilogias do amor. Trilogias de trilogias, as chamadas cordilheiras cinematográficas.

José Santiago, curador da iniciativa Passos no Escuro, acompanha as Nalgas no primeiro especial Halloween de sempre nas Nalgas do Mandarim. A conversa flui e transborda em todos os sentidos, líquida e quente, como a Meitinha dos Leitões.

O tempo passa quando nos estamos a divertir. O cabelo cai, as barbaras grisalham, as vozes envelhecem como se estivessem em pipas de carvalho. Estas pipas, este casulo que aloja em si todo o cinema do mundo é apenas o ponto de partida para uma aventura que 3 bandalhos iniciaram há 0,6 décadas. Porque não esconder o anel nas nalgas e acabar com a maldição? Porque temos que palmilhar todo este caminho? Porque a viagem adensa o aconchego da camaradagem, este magnetismo quente que nos protege a psique das maleitas da mente. O tempo não melhorou nenhum destes 3 grunhos. Cepos monolíticos, imutáveis nas suas crenças, teimosos que nem martelos, possuidores dos piores gostos de sempre, péssimo sentido de humor, pior timing... A única coisa que em si cresceu foi a irmandade que os une, a cumplicidade com que se relacionam, o aconchego que encontraram naquele trio, nas noites de solta galhofa em que se recusam a crescer, em que abraçam a energia primordial daquilo que é ser homem: a patetice. De

Nas Nalgas recebem convidados. Desta vez não serve um colchão com nódoas de marisco e duas cadeiras de campismo. A Sala Azul é recebida com as melhores porcelanas e cristais, um Pinot Noir e uma entrada com um seleção de ostras, amêijoas, berbigão, longueirão, conquilhas, burriés, canilhas e búzios. Camisolas de lã com motivos de Natal e a Mariah Carey a bombar. Isto para que o Sérgio e a Susana nos ajudem a elencar o top dos melhores filmes do ano, sendo que o ano pode estar no intervalo entre 1975 e 2097. O episódio é longo, um detalhe pensado para homenagear as produções recentes de Peter Jackson, com 24 despedidas incluídas. Se carregarem no Play no dia 23 de Dezembro às 17h43m, no momento exato da passagem de ano o Miguel está a dizer "Estão-me a ouvir? Alô? Fonix, caí outra vez..."