O Sequestro da Amarelinha

O mesmo Maracanã do “maracanaço” de 1950 se tornaria, anos depois, “vítima” de outra vergonha nacional: um esquema de corrupção que desviou milhões de reais – alguns lavados em diamantes – das obras de reforma do estádio para a Copa de 2014.

Em quase trinta anos à frente da Confederação Brasileira de Futebol, João Havelange democratizou e transformou o esporte numa máquina de fazer dinheiro através de contratos escusos de venda de direitos de transmissão. E tudo começou com a mágica promovida pela seleção brasileira em campo na Copa de 1970.

Em 1994, o Brasil foi tetracampeão e fez com que sua camisa passasse a ser cobiçada por uma das maiores marcas do mundo esportivo: a Nike. Um empresário fechou esse negócio: J. Hawilla. Junto com Ricardo Teixeira, então presidente da CBF, Hawilla intermediou contratos de patrocínio e negociou direitos de transmissão de jogos num esquema que viria a ser conhecido como Fifagate.

O Fifagate descortinou o maior esquema de corrupção que o mundo do futebol já conheceu. Mas somente depois de uma operação do Departamento de Justiça americano. Antes disso, o envolvimento de cartolas em transações ilegais estava resguardado pela lei suíça. Coube a um jornalista novato revelar a identidade deles. Foi o início da queda de João Havelange e Ricardo Teixeira.

Estamos às vésperas da já polêmica Copa do Catar e o último dos cinco episódios da série trata do que aconteceu com a Fifa após os escândalos de corrupção internacional e das novas formas de faturamento no mundo do futebol. Jamil Chade e José Roberto de Toledo também vão atrás de responder a seguinte pergunta: o símbolo da camisa verde e amarela ainda vale isso tudo?

A Copa do Mundo começa no próximo domingo, dia 20, e para entrar no clima, a piauí lança um episódio bônus do podcast “O Sequestro da Amarelinha”. Os apresentadores José Roberto de Toledo e Jamil Chade recebem Milly Lacombe para um bate-papo sobre a Copa, a Fifa e a camiseta mais sequestrada do mundo.