Miguel quer manter intacta a sua gaita e para tal tenta iludir Paulo César Fajardo no seu próprio jogo. Fajardo, hábil mastermind do desafio cinéfilo, aplica-lhe um golpezinho de Iggy Pop pelo nalguedo acima como que anunciar o tema deste primeiro episódio da segunda temporada, malta da pornografia que se atira ao mainstream. O glorioso início da segunda temporada do não menos glorioso Nas Nalgas do Mandarim com a participação do supracitado Paulo César Fajardo do podcast irmão VHS. Let the games begin...

Daniel Louro do podcast VHS junta-se à festa da mangueira mais deprimente de Portugal para falar de X-Files, num episódio polvilhado do fanboyismo mais militante de que há memória. Habituados ao lodo moral raspado do fundo dos pântanos do humor duvidoso e à escatologia podcástica, foi difícil acompanhar as ideias elevadas de um artista habituado a conteúdos relevantes em podcast. Ninguém é obrigado a enfiar cenas no cu neste episódio, malta!

Como se já não bastasse a insegurança do costume, Nas Nalgas vêem a sua masculinidade desafiada pela monarca mais letal dos reinos da Europa. Nunca as decisões destes teenagers da terceira idade tiveram tão cruéis consequências e o apocalipse toma conta da conversa, como um barril de lâminas e agulhas infectadas com HIV prestes a desabar. Entre sangue, contaminação radioactiva, eminente extinção da raça humana e sexo não protegido com naufragas semiconscientes, é o salve-se quem puder. Sua Majestade Rita Maldita é a convidada especial deste episódio.

Uma história que envolve cocaína estragada, uma prostituta com problemas de firmware e um fatiador industrial de carne serve de ponto de partida a histórias rocambolescas (e dispendiosas) de coleccionismo cinéfilo. Os DVDs que ninguém vê, os Blurays criminosamente caros e aquela viagem que o Miguel fez a Barcelona para comprar chourição Revilla e uma edição especial do Beverly Hills Chihuahua 2 com making ofs em 3D.

Acompanhados pela A Gaja, Nas Nalgas falam dos seus actores infantis preferidos e do lado negro da fama na juventude. As drogas, o álcool, o alheamento social e aquela dificuldade de se sentarem nos dias que se seguem às audições. Entretanto a conversa bifurca, trifurca e quadrifurca recursivamente para os mais deliciosos e obscuros temas enquanto algures no mundo alguém vestido de gimp com uma bola asfixiante na boca aprecia levar com uma palmatória de rasto de pneu de camião na peida.

Num episódio que debate a carreira desse portento que é Carl Weathers, a sua influência na solene arte do bofetão e as implicações sócio-políticas da sua abrangência cultural, Nas Nalgas optam por um piercing no rabo que lhes permita cagar às fatias. Entretanto um negro segredo emerge das trevas e assim se resolve um dos maiores mistérios do séc. XXI. Um episódio emocionante e pleno de avanços na trama, não é daqueles que é só palha ou em que tudo é um sonho.

Daniel Louro, do Podcast VHS, não é apenas um locutor de elevado gabarito, é também um conceituado actor que já contracenou com Gérard Depardieu, entre outros. E é ele que vem desmistificar o mundo das estrelas e o backstage das grandes produções num episódio que lida com reputação, manipulação da imagem dos famosos por parte dos média, a carreira de Depardieu, garrafões de 5 litros de vinho tinto e um infame bobó.

Antes que venham os delatores do abuso animal acabar com a festa dos filmes com animais e deixar o meio entregue ao CGI, Nas Nalgas explora os filmes protagonizados por todos os representantes da Metazoa. Desde pequenas fofuras a bestas das trevas de temperamento abominável, passa-se o género a pente fino e não se deixa pulga sobre pulga. Nenhum animal foi sexualmente molestado no decorrer destas gravações. Todas as insinuações serão meramente figurativas, mesmo que em completo contraciclo com as leis da Natureza, do Homem e das convenções socioculturais.

Acompanhados novamente por realeza, Nas Nalgas desfilam-se alegremente por paisagens pintadas pelo sangue, suor e tripas da transformação pós-humana de Cronenberg. Entretanto sua Majestade Rita Maldita insulta novamente a masculinidade destes 3 viris barões da cinefilia que recorrem aos mais intrincados e eruditos argumentos para expressar a sua imbecilidade.

O regresso de Paulo Fajardo do podcast VHS para um emocionante episódio. Desta vez o célebre podcaster e enciclopédia humana fala-nos apaixonadamente das suas coisas preferidas: Steven Seagal e Goucha. O cheiro intenso a sovaco e odores corporais de ginásio, a testosterona dos ensaios de porrada, das cadeiras a voar, das garrafas usadas como navalhas, das fracturas expostas por excesso de Taekondo, Aikidu e Kung Fu. Vale tudo menos arrancar olhos.

Este episódio é para aqueles machos à antiga, que transpiram copioso vigor e exercem com notável mestria a marcação urinária do território e que, chegado ao carnaval, não perdem uma oportunidade para se vestirem de mulher. O crossdressing no cinema é, portanto, um tema social pungente que à pátria lusitana tanto diz. O Gabriel Martins, esse herege, teve o azar de ser apanhado neste turbilhão e até se safou bem. Mais um episódio gravado à lareira numa noite fria de Inverno.

O Universo cinemático Marvel insiste em nos atormentar e Gabriel Martins regressa para uma bela lição de cultura da banda desenhada. Uma viagem pelos fatos de borracha negra, os sobrehumanos e aquelas jeitosas com a cuequinha de napa enfiada no rego e os marmelinhos quase de fora. Miguel amua porque não esperaram por ele para falar do Deadpool e a partir daí cria um ódio tão feroz que já se criaram super-vilões por menos.O Universo cinemático Marvel insiste em nos atormentar e Gabriel Martins regressa para uma bela lição de cultura da banda desenhada. Uma viagem pelos fatos de borracha negra, os sobrehumanos e aquelas jeitosas com a cuequinha de napa enfiada no rego e os marmelinhos quase de fora. Miguel amua porque não esperaram por ele para falar do Deadpool e a partir daí cria um ódio tão feroz que já se criaram super-vilões por menos.

Um dia encontrei uma criança de candura no olhar e inocência no seu querer que se prestava a uma leitura da sagrada escritura. Perguntei “Meu filho, o que queres no futuro?”. Disse-me que queria apenas seguir os ensinamentos do seu senhor. Perguntei-lhe se a paz e o amor fariam dele uma pessoa melhor. Olhando-me nos olhos, como num penetrar de alma, disse “Tens piada velho, por isso te vou matar em último. Aquilo que eu quero é matar, estripar, arrancar escalpes com catanas de jardinagem, matar cavalos com murros na cabeça e dizimar meio exército enquanto atravesso a alfândega em Marte.” Atirou-me com o guião anotado e ilustrado do primeiro Conan para cima, obrigou-me a ver 3 Predators, 2 Terminators e 4 Commandos e no final disse-me “Lembras-te quando te disse que te ia matar em último? Menti.” E tudo o que vi antes de embater com a cabeça num calhau ao fundo de um precipício foi escuridão.

Para fugir aos rigores da Grande Muralha do Norte, Nas Nalgas aventuram-se nos prazeres das terras quentes do Sul com prescrição vitalícia de lactose real. Entretanto Vitor Rodrigues da TVDependente, o super especialista do Dallas da Terra Média, esclarece todas as dúvidas sobre o passado, presente e futuro das gentes dos Sete Reinos. Hoje, de cinema, nadinha. Entretanto Pedro chora copiosamente e Carlos efectua uma saudação de 5 dedos no WC.

Existirá cenário mais perfeito do que ter as mulheres da nossa vida unidas numa simbiótica confraternização de afectos? E assim, neste contexto que mistura sintomas de gastroentrite crónica com o doce abraço do eixo frontal de um Alfa Pendular a 200km/h, Nas Nalgas regridem a um estado primitivo, gutural e pueril onde faz todo o sentido chorar em posição fetal, talvez sem roupas e sem a pressão de usar um WC para obrar. Acompanhados pela sacerdotisa das arquitetas das trevas, Andreia Mandim do blog Cinema's Challenge, a deambular pelo lado negro da psicose cinemática.

A vida é uma constante aventura e não tem piada sem o respectivo sidekick. Nas Nalgas ponderam as possibilidades do sidekicking activo como modo de vida alternativo nas mais variadas consequências socioculturais e, mais uma vez, tentam desvendar o maior mistério da humanidade: a orientação, alinhamento e simetria do eixo geométrico do pito oriental.

Um dos eventos mais traumáticos na vida de um português adulto é tomar conhecimento que existe um polícia da moda na CMTV. É neste espírito de total perplexidade que arranca mais um episódio com a presença de AGaja onde se fala de tudo, desde as famosas tugas à review de artigos adquiridos naquela sex-shop de Hamburgo. "O Braço Schwarzenegger, para fisting ocasional, parece à primeira vista rugoso demais. No entanto, após a primeira utilização torna-se confortável e entra bem. A minha mulher também já não passa sem ele. 5 Estrelas. Recomendo vivamente."

Um dia ligam-te e dizem "hey bacano, tásse?" (ou lá como falam os jovens). "Queres fazer um podcast de cinema? Assim uma cena bué coisa de falar de filmes e o caraças. Vais poder expandir as tuas capacidades de blogger, chegar a novos públicos, falar sem limites dos temas que te apaixonam, elevar a fasquia do panorama dos podcasts nacionais. Podes ser uma espécie de farol, de guia, para uma nova geração de cinéfilos que procuram encher-se de cultura e sentir o extasiante deleite das obras superiores dos grandes mestres." Perguntei cauteloso qual seria o tema. "Filmes de sereias, man...". Infelizmente a parte melhor do episódio passa numa frequência que só os cães conseguem ouvir. E o Superhomem, claro!

E eis que chegámos novamente ao sítio do costume, o apocalipse zombie. A fuga poderá ser determinada pela capacidade pulmonar e pelo grau de mestria com que se inflam mucosas. Isto porque a boca não se fez só para falar. Acompanhados novamente pela pérfida Andreia Mandim, Nas Nalgas vão até ao clima tórrido de Miami para falar de Viagra, filmes, séries gravadas na região e daquela vez em que o Horatio apanhou um ensaio de porrada do Rambo em First Blood. O sexo tórrido entre voluptuosas e debochadas lésbicas não ficou esquecido.

Carlos tem desilusões associadas a traumas de infância e tenta passá-las por osmose aos seus colegas das Nalgas. Mediante a insinuação de que o final da série Seinfeld é uma desilusão, só resta a Pedro e Miguel tomar a única decisão possível: arrear-lhe um enxerto de porrada de criar bicho, suficiente para o deixar a comer por uma palhinha durante 3 meses.

Apesar do seu mirrado pénis, James Franco invadiu as fantasias das nossas mulheres. Neste episódio recebemos novamente Rita Maldita, realeza da Internet, para extrapolar acerca de Spring Breakers, de cães, cavalos e a da sua capacidade de desfazer um lar alheio em menos de duas semanas. Pela primeira vez da história do podcasting nacional, um arrufo de namorados em directo (por causa de roupa interior ao ar livre) dá origem à mais inesperada reviravolta narrativa da história do entertenimento em Portugal. Sangue, sexo, drama e violência enquanto os vossos podcasters preferidos mascam nervosamente pipocas. Safeword: Marmota.

Por uma qualquer bizarra anomalia genética, o Miguel (que é de biologia) gostou do filme do Mario Bros. Pior, o Miguel acha que Hollywood lhe deve uma sequela. E assim começa mais uma colorida e multicultural aventura nos mares cinéfilos do improvável. Desde o remake da Lista de Schindler com as miúdas do Coyote Ugly à mais recente teoria da conspiração envolvendo Mario Brothers e as torres gémeas. Desta vez acompanhados por Vitor Rodrigues que, coitado, estava só no lugar errado à hora errada.

Quem nunca enganou uma entrevadinha com promessas de amor que atire a primeira pedra. Pondera-se a fronteira do moralmente aceite quando muito dinheiro está em jogo. E o jogo hoje chama-se "A gaita castanha. Nas Nalgas penetra também no género "found footage" no tom de amor/ódio do costume. Carlos ri de modo nervoso quando se fala nos Panama Papers como quem diz "Eu? hehe, não faço ideia do que estejam a falar" e passa o resto do episódio a roer as unhas.

Nem todas as histórias começam a ser contadas pelo princípio. Esta começa pelo meio, numa escura noite de tempestade. O ecrã da TV da sala de convívio liga-se sozinha e um lugubre ritmo do zapping começa a caminhar pelos canais, num compasso fúnebre. Cena após cena, canal após canal, parece criar-se um padrão. Alcides pega numa folha e desenha linhas geométricas e ao fim de uns rabiscos aparece a resposta quase finalizada da questão mais importante dos últimos anos. De sempre, a derradeira resposta. Só falta um pequeno pormenor. O zapping fantasma avança mais um canal e detêm-se no canal Vénus. "Eh lá, que ricos tetos." Com o fluxo sanguíneo no cérebro abruptamente cortado, Alcides atira os seus apontamentos ao lixo, baixa as calças e aquece freneticamente o pescoço. O Mal venceria mais uma vez e a verdade ficaria para outro dia.

Pela primeira vez na história de Portugal, quiçá do mundo, um magnífico espectáculo de luz e cor. O primeiro podcast feito INTEIRAMENTE de mota. Magnífico. Um destemido motoqueiro apoiado por dois cobardolas que ficaram em casa no sofá, irá fazer a sua parte do programa no caótico trânsito matinal. Camiões desgovernados, psico-mães atrasadas para levar os filhos à escola e o omnipresente talego que muda de faixa sem avisar. MAGNÍÍÍFICO. 3 homens 3. INACREDITÁVEL. Nas Nalgas do Mandarim e as Motas da Morte. Estreia internacional, dia 6 de Junho de 2016. O fim está perto, não percas o espectáculo do ano.